Contas bloqueadas em Ilhéus - O prefeito Jabes Ribeiro (PSDB) assumiu a prefeitura de Ilhéus com uma dívida de R$ 200 milhões, com todas as contas bloqueadas e a folha salarial de dezembro, parte da de novembro e metade do 13º salário atrasadas. A coleta de lixo estava suspensa por falta de contrato, as secretarias sem telefone e a frota de carros da prefeitura sucateada. O estado de desordem nas finanças levou a que a folha salarial da administração chegasse a mais de 70% das receitas próprias do município, o que fere a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estipula que este gasto não pode ultrapassar a 54% da receita corrente líquida.
Em Poções, a receita é um mistério - Dívidas. Foi esta a realidade que o prefeito Otto Magalhães (PCdoB) se deparou ao assumir a prefeitura de Poções. O gestor, que encontrou o seu gabinete sem computadores e registros de livros contáveis, disse que os débitos de água, luz, telefone e IPVA somam mais de R$ 150 mil. Grave, também, é o montante de R$ 210 milhões em empréstimos consignados descontados em folha pelo antecessor que não foram pagos à Caixa Econômica. Parte da folha salarial de dezembro, R$ 600 mil, também não chegou a ser paga. Além de 27 carros destruídos, os dez postos do Programa de Saúde da Família estavam sem condições de funcionar.
Decreto é anulado em Lauro de Freitas - O prefeito de Lauro de Freitas, Márcio Paiva, foi surpreendido pela decisão da prefeita anterior, Moema Gramacho (PT), que publicou, no final de dezembro, o decreto que prorrogava os contratos dos servidores temporários do município. No dia 1º de janeiro, Paiva anulou o decreto municipal. "Os contratos acabariam em 31 de dezembro, mas a ex-prefeita postergou para 28 de fevereiro, para não pagar a rescisão", disse Paiva. "Mantivemos os contratos dos serviços essenciais", assinalou, ressaltando que encontrou o patrimônio público depredado, lixo nas ruas e dívidas. "Mas a ex-prefeita tem até 31 de janeiro para arrumar as contas", diz.
Escuta clandestina em Canavieiras - O prefeito de Canavieiras, Almir Melo (PMDB), ao ocupar o seu gabinete, descobriu que estava sendo vigiado. Tudo aconteceu por acaso. Ao solicitar o ajuste da imagem da televisão, foi informado pelo técnico eletricista que havia câmeras de vídeo e microfones escondidos no forro da sala. A Polícia Técnica de Itabuna está de posse dos equipamentos e investiga o caso. "Nenhum dos secretários do ex-prefeito sabia da existência desse sistema", diz Melo. "Vamos esperar o resultado da perícia", diz o gestor, que encontrou a prefeitura sem água, telefones ou papel. "As dívidas ultrapassam os R$ 10 milhões", diz. "Até salários estão atrasados".
Alcobaça: gestor desconhece finanças - Em Alcobaça, a 870 quilômetros de Salvador, o prefeito Bernardo Olívio (PV) deu pela falta de documentos contábeis em secretarias e órgãos municipais. Ao encontrar gavetas e armários vazios, acionou imediatamente a polícia. Agentes das polícias Civil e Militar estiveram na sede da prefeitura para periciar os computadores e recolheram os equipamentos para averiguação. Enquanto aguarda o resultado das investigações, o novo prefeito busca informações sobre as finanças do município. Segundo consta, o ex-prefeito, Léo Brito (PSD) não deixou nem a relação dos pagamentos a fazer pela atual gestão.
Hospital sem remédio em Itabuna - O prefeito de Itabuna, Claudevane Leite (PRB), assinou decreto que reconhece situação de emergência no município por um período de 90 dias. A medida permite a compra de serviços sem a necessidade de licitação pública. O governo municipal argumenta que a medida é necessária para fazer frente ao quadro caótico em que o município foi encontrado. O abandono de unidades básicas de saúde e do Hospital de Base, o maior do sul da Bahia, foi destacado na justificativa do decreto. O documento destaca a falta de medicamentos, gazes, esparadrapos e forros de cama. Outros setores afetados são a educação e a limpeza pública.
ATARDE
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