A lavoura cacaueira baiana passa por um momento de crise e pode até mesmo vir a ser reduzida e boa parte transformada em pasto para alimentação de gado.
As importações de cacau e o não estabelecimento do preço mínimo, sem contar as dívidas dos cacauicultores que até agora não foram repactuadas, estão na raiz do problema.
Na opinião de Alexandre Brust, presidente estadual do PDT, deveria ser estabelecido um preço mínimo para o cacau. “Assim como acontece com o café, a soja, o cacau também deveria ter um preço mínimo. É um absurdo o preço da arroba ser R$ 58. Com esse preço não conseguimos nem pagar a mão de obra, pois alguns tributos aumentaram e o salário mínimo também. Acredito que isso seja por conta do aumento da produção mundial”, relatou.
Entretanto, ele se mostrou confiante e acredita em mudanças devido à criação da frente parlamentar do cacau, proposta pelo deputado federal Félix Mendonça Jr., que já conta com a participação de 200 congressistas.
“A situação é grave e atinge 95 municípios e 25 mil produtores, em uma área de 3 milhões de habitantes. É importante entrarmos nessa luta por conta do meio ambiente também. As pessoas podem deixar de cultivar o cacau e criar gado, isso pode acarretar no desmatamento da mata atlântica”, disse.
Segundo o deputado federal Félix Mendonça Jr., a frente parlamentar do cacau, que foi criada em dezembro, vai lutar para repactuar as dívidas dos produtores. “Os custos de preservação têm que ser dado ao produtor, para que eles possam investir novamente. O preço mínimo deveria ficar entre R$ 80 e R$ 100. Considero essa como a pior crise do cacau. Essa semana vamos agendar uma reunião com o ministro Guido Mantega para resolver essas questões”, revelou.
TRIBUNA DA BAHIA
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