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Mais de 210 das 417 cidades baianas estão em situação de emergência por causa da seca. Na região de Irecê, que já foi a maior produtora de feijão do nordeste, até a palma, um tipo de cacto usado para alimentar o gado, começa a faltar. A barragem que abastece 14 cidades da região está secando. A situação é dramática para agricultores e criadores de animais, que enfrentam a pior estiagem dos últimos 30 anos.
Na beira da estrada, as plantações perdidas são a herança de uma seca que já dura quase dois anos. Em Irecê, a barragem de Mirorós, que fornece água para cerca de 300 mil pessoas, está com pouco mais de 6% da capacidade, cerca de 10 milhões de metros cúbicos. A capacidade máxima é 150 milhões de metros cúbidos.
Com a situação, falta água pra irrigar as plantações. O milho plantado em uma propriedade de 12 hectares deu um prejuízo de quase R$ 10 mil. Em outra fazenda, que tem porte menor, Edvaldo Machado conta que não espera mais pela chuva, planeja tirar o sustento da palha, que é vendida pra alimentar os rebanhos de gado e cabra da região. "A esperança hoje é produzir volumoso, que é a palha", disse.
Em Cafarnaum, uma das cidades mais atingidas pela seca, os pés de feijão morrem pequenos. Sem água, só quem ainda sobrevive é a mamona. Desta planta se extrai o óleo que produz biodiesel, próteses médicas, lubrificantes de motor para aviões e navios, além de mais de mil subprodutos como o batom.
A Bahia é o estado que mais produz mamona no Brasil. A região de Irecê é responsável por 80% da produção. Lá, o solo tem tanta qualidade que a mamona, planta considerada forte, consegue crescer e esperar a chuva, sob o sol forte, para produzir. "A única esperança é a mamona e o produtor ainda insiste em plantar na região por conta da mamona", afirmou o produtor Valfredo Dourado
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