A estiagem prolongada está afetando a lavoura do sisal, umas das principais fontes de renda da região. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a estimativa de perda em 2013 é de 75% da produção. Em 2011 a produção foi de 79.470 toneladas, número que caiu em 2012 para 48.690 toneladas, representando perda de 61% da produção.
Em Valente, a situação não é diferente. O sisal que é uma das principais fontes de renda para centenas de famílias e injeta milhões de reais no município, tem sofrido bastante com esse problema. A APAEB (Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira), compra, beneficia o sisal que abastece sua unidade industrial e gera 316 empregos diretos. Segundo Gerlândio Araújo, gerente administrativo da APAEB, a produção foi comprometida em mais de 50%. “Estamos comprando sisal de outras regiões, Lajes do Batata, Cafarnaum e Mulugum do Morro, mesmo assim a oferta é bem menor, com isso tivemos uma grande queda na produção”.
A produção da batedeira da APAEB é consumida em quase 95% pela fábrica de tapetes e carpetes. A unidade industrial deverá reduzir um turno e causará algumas demissões. “A média de produção é de 215.000 quilos de fios por mês, com a redução a produção deverá ser de apenas 120.000 quilos”, afirmou Juciano Santos Araújo, gerente da fábrica.
Nos quatro cantos do município o cenário é de sofrimento. Os tanques estão secos, os animais estão morrendo e a produção familiar foi totalmente devastada. Na propriedade rural do produtor Jonas Pedro de Oliveira, o sisal está morrendo e os animais sofrem com a falta de alimento.
A única fonte de alimentação é o milho, o produtor compra subsidiado no balcão de vendas da Conab. A APAEB faz o intermédio para que os produtores consigam o produto com qualidade e pela metade do preço de mercado. “A situação está difícil, se não fosse esse milho iríamos perder praticamente todo o rebanho”, disse Jonas. Outro grande problema é a falta de água, em toda área rural do município a situação é a mesma. “Às vezes pegamos água no poço da APAEB, pois até para comprar encontramos muitas dificuldades, pois os carros pipa estão sobrecarregados”, concluiu o produtor.
CALILA NOTICIAS
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