terça-feira, 27 de janeiro de 2015

SEM ÁGUA - Alimentos até 186% mais caros

RUMOS DA SECAA seca já está impactando o preço dos alimentos. O calor intenso e a falta de chuva estão matando a produção e, com produtos mais escassos, os valores disparam. Na Ceasa Minas, vários produtos subiram bem acima da inflação na comparação entre os primeiros 20 dias de dezembro de 2014 e o mesmo período de janeiro de 2015. Enquanto a prévia para a inflação de janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) divulgado pelo IBGE, é de 0,89%, o chuchu, por exemplo, subiu 186% no período indicado.
Já a tangerina ponkan subiu 70,4%. Entre uma lista de 21 produtos vendidos, 16 apresentavam aumento de preço, segundo o atacadista. Para os produtores, a seca é uma das principais causas para a diminuição da produção e consequente aumento dos preços. “A produção desta safra será até 60% menor do que a do ano passado, isso acaba impactando no preço”, explica o produtor de abacate Edson Pimentel Neto, que produz em Carmo da Cachoeira, no Sudoeste do Estado. O quilo da fruta subiu, segundo dados da Ceasa, 49,2% entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015.
O professor aposentado Fernando José Ferreira Quintão, 66, percebeu na semana passada o aumento dos preços. “Estive no sacolão, na última quinta-feira, e senti que alguns preços dobraram em relação aos valores de dezembro. Comprei menos e paguei mais”, afirma. Quintão citou, entre produtos que subiram de preço, a laranja, o abacaxi e a couve-flor.
Um dos motivos deste aumento é que a seca gera custos maiores para os produtores. Segundo a presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Pirapora (Aciapi), Flávia Tatiana Ribeiro de Oliveira, produtores investem em equipamentos para salvar a produção. “A irrigação está prejudicada porque o rio São Francisco está muito baixo. Os produtores de uva da região tiveram que contratar uma draga para diminuir os bancos de areia do rio e permitir a irrigação. Esses investimentos são, certamente, repassados para os consumidores”, avalia Flávia. Outro investimento foi a compra de uma nova bomba para captação de água no São Francisco.
O TEMPO - LUDMILA PIZARRO

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