terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Presos estão confinados em carceragem sem água e sem comida

Foto: RADAR64
Tensão na cadeia de Eunápolis: Presos estão isolados

É dramática a situação de 63 presos (homens e mulheres) provisórios na carceragem da 23ª Coorpin (Coordenadoria de Polícia de Interior) em Eunápolis, após a decisão do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia de fazer cumprir, em todo o estado, a lei 11.370 que define o papel do investigador de polícia no combate à criminalidade e não na custódia de presos.

Após o terceiro aviso consecutivo, nesta segunda-feira (18) policiais civis de Eunápolis deixaram de exercer as funções de carcereiro e comunicaram a decisão, através de ofício, ao coordenador Evy Paternostro. Eles entregaram as chaves da cadeia pública da delegacia onde estão hoje 63 presos, sendo que a capacidade do local é para apenas 22 detentos.

Os presos encontram-se confinados às celas, sem alimentação, sem água, sem banheiro (usando garrafas pet para suas necessidades fisiológicas), sem banho de sol e sem visita nem mesmo dos advogados. Uma fonte fidedigna de dentro da delegacia disse que a situação é tão tensa que os presos já estão gritando e batendo nas grades. Não se descarta a possibilidade de uma rebelião.

Desde segunda-feira (18), quando os policiais decidiram que não vão mais exercer a função de carcereiros a decisão foi comunicada ao juiz da Vara de Execuções Penais da Comarca de Eunápolis, Dr. Otaviano Sobrinho que também já informou a situação à Corregedoria de Justiça do Estado. A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Eunápolis, está adotando providências no sentido de proteger a integridade dos detentos.

Presos com doenças graves
Paulo Barbosa/Rota51
Presos não recebem visitas de parentes, nem alimentos
A superpopulação da cadeia e a falta de contingente para a custódia têm gerado mortes de presos e confinado em condições desumanas, de acordo com as denúncias do sindicato. Existe um grupo jurado de morte que usa o mesmo banheiro dos policiais porque não pode circular no pátio da cadeia.Também há doentes de aids e de tuberculose que não estão recebendo tratamento, segundo um fonte da Secretaria de Saúde do município, por falta de policiais que conduzam o preso até o atendimento médico.

Claudemberg Bispo Gomes, de 25 anos, assassinado no dia 6 de fevereiro por outro preso dentro de uma cela, era portador de hanseníase em estágio de perda de tecido e em outra oportunidade que ali esteve preso manteve contato com outros detentos, inclusive mulheres, segundo esta mesma fonte. 

RADAR64

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