quarta-feira, 15 de maio de 2013

Expulsão de 6 alunos após orgia gera manifestação na Unesp


Manifestantes colocam cadeiras como obstáculo, para impedir acesso às salas de aula na Unesp de Araraquara (Foto: Rafael Alberici/G1)Manifestantes colocam cadeiras  para impedir acesso às salas de aula na Unesp (Foto: Rafael Alberici/G1)
Corredores, escadarias e as portas das salas da Unesp Araraquara (SP) foram bloqueadas com cadeiras, nesta terça-feira (14), em um protesto de estudantes. Os alunos também estão acampados no campus exigindo mudança de hierarquia nas decisões da universidade e melhorias na infraestrutura do restaurante universitário, moradia, além de ajuda de custo. A paralisação foi desencadeada após expulsão de seis alunos, no início deste ano, que participaram de uma orgia dentro do alojamento do campus. Os estudantes consideraram a medida abusiva.
O bloqueio das salas, que está previsto para acontecer até esta quinta-feira (16), afeta os cerca de 4 mil alunos do campus. Em nota, a Unesp informou que os estudantes foram expulsos no início deste ano por determinação de uma comissão de sindicância aberta pela universidade. Eles teriam desrespeitado as regras de convivência da moradia estudantil, após fazerem sexo grupal em uma festa dentro do alojamento, em agosto de 2012.  A denúncia foi feita por carta à diretoria da Unesp por dois estudantes que também moram no local.
"A expulsão foi o primeiro motivo para a se realizar a ocupação, junto com as outras pautas, por considerar que a medida da direção foi autoritária. Ela foi motivada por uma carta de duas pessoas, mas em uma assembleia 77 moradores votaram contra essas expulsões. Dois deles foram punidos sem direito a defesa e o processo foi feito de forma irregular, teve um caráter pessoal", disse o estudante de letras Ricardo Polimante, um dos organizadores da paralisação.
Estudante de letras da Unesp Araraquara explica motivos da paralisação em Araraquara (Foto: Wilson Aiello/EPTV)Estudante de letras da Unesp Araraquara explica
motivos da paralisação (Foto: Wilson Aiello/EPTV)
Reivindicações
Os manifestantes pedem a mudança de hierarquia nas decisões da universidade. Segundo eles, o voto dos professores têm um peso de 70% e alunos e funcionários apenas 15%. “Esse é um modelo que vem desde a ditadura militar e é mantido até hoje. Isso faz com que vários pontos de revindicações dos estudantes e dos funcionários não sejam atendidos, jê que eles não têm um poder de decisão efetivo”, disse Polimante.
Segundo Polimante, a proposta para a greve foi feita no Conselho de Entidades Estudantis da Unesp (CEEU), que ocorreu há duas semanas. “Existem outros três campus em greve nesse momento, o de Ourinhos, Marília e Assis. O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade de Campinas (Unicamp) também paralisou em solidariedade às pautas da Unesp”, explicou.
Cartaz protesta contra expulsão de alunos que fizeram orgia na Unesp em Araraquara (Foto: Reprodução/EPTV)Cartaz protesta contra expulsão de alunos que
fizeram orgia na Unesp (Foto: Reprodução/EPTV)
Para os manifestantes, a expulsão dos estudante não é o principal motivo para a paralisação. Eles cobram melhorias na infraestrutura do restaurante universitário, nas moradias e reclamam da dificuldade para conseguir ajuda de custo, como bolsas. “É justo que seja averiguado, mas que não distorça o que está acontecendo como se fosse por uma orgia ou ato sexual, pois não é. É um problema sério, de educação, que esta pautada por vários problemas no Estado de São Paulo. Então é esse o intuito do que está acontecendo, da paralisação, que foi tirado em assembleia geral. É por melhorias e benefícios, para não prejudicar mais a educação, pois sabemos de vários problemas, como a greve dos professores em São Paulo”, disse Maiara.
G1 ARARAQUARA

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