Há pelo menos um fato curioso detectado pelo Jornal Bahia Online no episódio da denúncia do ex-prefeito de Ilhéus, Newton Lima, sobre um suposto pedido de propina por parte de alguns vereadores para aprovar suas contas referentes ao exercício de 2011. Dias antes, em uma mensagem cifrada através das redes sociais, um dos citados, Rafael Benevides, falava em cinquenta mil motivos para uma aprovação na Câmara. Horas depois de postar, Rafael retirou a mensagem. "Ouvi conversas na rua e até levei ao conhecimento de alguns vereadores. Mas não foi nada oficial. Retirei (a postagem) justamente por não ter prova e não envolver todos os vereadores uma vez que não tinha como provar. Mas foi conversa de rua", disse hoje, ao conceder uma entrevista exclusiva ao JBO.
Rafael disse que não poderia esperar nada de grandioso por parte do ex-prefeito Newton Lima, depois que ter votado contra a rejeição de duas outras contas dele, no mandato passado. "Fui suplente quando ele era prefeito e fui o vereador mais combativo, denunciei em plenário as suas falcatruas e até em frente ao Palácio Paranaguá participei de uma manifestação referente a falta de merenda escolar. Era de se esperar que ele quisesse nivelar por baixo e nessa briga ele ganha, afinal de contas, ele não tem nada a perder", afirmou o vereador do PP.
Para Rafael Benevides o que aconteceu ontem na Câmara foi uma clara tenativa de mudar o foco da sessão, que era para julgar o prefeito e não para ele julgar vereadores. "Depois os (vereadores) que o defendem disseram que seriamos suspeitos e não poderíamos votar. Seria como se um assassino em pleno julgamento, linchasse o juiz e dissesse que ele não poderia mais julgar uma vez que o julgador estaria motivado por ódio", comparou.
O vereador disse à reportagem do JBO que vai consultar um advogado para saber que medidas jurídicas poderá tomar contra o ex-prefeito. De acordo com a denúncia de Newton Lima, Rafael seria um dos cinco beneficiados com repasses de 50 mil reais para a aprovação de suas contas. A negociação teria sido conduzida pelo presidente da Comissão de Finanças da Câmara, James Kosta, que teria falado em nome dos vereadores acusados durante reunião que manteve com o ex-prefeito em sua residência. James confirma um encontro mas nega que tenha sido para esta finalidade. "Foi uma discussão técnica sobre as contas dele que seriam votadas na Câmara", defende-se.
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