segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Advogado preso por golpe milionário no RS é proprietário de 950 imóveis

Advogado Maurício Dal Agnol (Foto: Reprodução/RBS TV)Preso na segunda-feira (22) em Passo Fundo, o advogado Maurício Dal Agnol levava uma vida de luxo com os milhões que lucrou ilegalmente ao aplicar um golpe milionário em cerca de 30 mil clientes que venciam ações judiciais no Rio Grande do Sul. Segundo as investigações da Polícia Federal, ele é proprietário de 950 imóveis. Um deles, em Nova York, custou cerca de R$ 14 milhões, como mostra a reportagem do Fantástico (veja o vídeo).
Em janeiro do ano passado, em uma conversa interceptada pela Polícia Federal, o advogado disse por telefone para sua mulher, Márcia, que queria comprar um apartamento nos Estados Unidos. “Estou olhando um apartamento em Nova York. Quatro quartos, três banheiros…”, disse. “Uh, lá, lá”, resumiu a esposa. Ela quis saber, então, de onde sairia o dinheiro e perguntou se era da conta da filha do casal. “Vai tirar da poupança dela?”, indagou. “Dois milhões de dólares”, respondeu o marido. “Sério? Uh, lá lá”, repetiu Márcia.Entre tantos bens adquiridos com o dinheiro das vítimas do golpe, Dal Agnol também comprou um jato particular de luxo para oito pessoas ao custo de mais R$ 20 milhões e um haras em Passo Fundo, na Região Norte do estado, propriedade que tem suas iniciais na entrada: MD.
Seis meses depois, o advogado comprou o imóvel em uma das regiões mais caras de Nova York, em um prédio próximo ao Central Park. O valor da compra: US$ 5,8 milhões, o equivalente a R$ 14 milhões.
Entre tantas extravagâncias, Maurício Dal Agnol também tinha um gosto especial por animais empalhados. Todos vinham do exterior, como uma pata de elefante que custou, segundo a Polícia Federal, US$ 30 mil, cerca de R$ 70 mil. Valor que não chega perto, conforme as investigações, de outras mordomias bancadascom dinheiro de clientes lesados.
No haras em Passo Fundo, equinos importados. “Muitos cavalos vinham do exterior, da Holanda, de mais de R$ 1 milhão”, diz o delegado da Polícia Federal Mário Luiz Vieira.
Maurício Dal Agnol pode ter lucrado cerca de R$ 100 milhões com o dinheiro de clientes lesados. Ele é acusado de fazer acordos em nome de clientes que venciam processos judiciais contra uma empresa de telefonia, mas não repassar a eles – ou repassar apenas uma parte – do dinheiro recebido. “Ele poderia ter ficado rico sem lesar ninguém. O problema é que ele, como se diz no jargão popular, cresceu o olho”, afirma o promotor Marcelo Silveira Pires.
G1 

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