Com jeitão boleiro, Isaquias Queiroz assume favoritismo para ouro nos Jogos

O canoísta Isaquias Queiroz passa confiança já na maneira de se vestir. Foge do estilo sóbrio de muitos atletas olímpicos e, com um jeitão boleiro, gosta de usar cabelo alisado feito o craque Neymar, tênis de cano alto da grife italiana Dolce & Gabbana, brinco dourado e cordão com pingente de cifrão.

— Não é marra não, é só vaidade mesmo — garante.

O peso de ser apontado como uma das esperanças brasileiras de ouro na Rio-2016, o baiano parece administrar com a mesma facilidade com que manuseia o remo. Os três títulos mundiais na canoagem de velocidade lhe dão respaldo para assumir: é um dos favoritos ao lugar mais alto do pódio nos Jogos.

— O que me deixa tranquilo são os resultados, os treinos — afirma Isaquias: — Canoagem não é como no basquete, em que uma cesta no último segundo pode acabar com tudo. Se eu fizer o meu tempo, vou chegar lá.

Seria a consagração do filho ilustre de Ubaitaba, cidade de pouco mais de 20 mil habitantes na Bahia. A infância humilde — marcada pela internação por causa de graves queimaduras sofridas com apenas 3 anos e pela perda de um rim depois de cair de uma árvore — já não é mais recorrente em entrevistas, a pedido do campeão de 22 anos, cansado de ser rotulado como mais um exemplo de quem superou a pobreza graças ao esporte.

Isaquias Queiroz é a esperança do ouro na Rio-2016 Foto: Picasa

Isaquias foge de estereótipos e, desde que iniciou a parceria com o técnico espanhol Jesus Morlán, em 2013, assumiu as rédeas da canoagem de velocidade mundial.

— Estou muito animado para os Jogos. Só quero conquistar uma medalha, depois o mundo pode até acabar — diz.

Maior esperança na prova em dupla

O canoísta brasileiro disputará três provas na Rio-2016: C1-200m, C1-1.000m (individuais) e C2-1000m (em dupla, com o também baiano Erlon de Souza). A possibilidade mais concreta de conquista de ouro, segundo ele, está nesta última.

— Somos o alvo a ser batido. Nas outras, há muitos com chances — explica Isaquias.

Seu principal rival no Rio deverá ser o alemão Sebastian Brendel, atual campeão olímpico na C1-1.000m. Ele também disputará as provas de C1-200m e C2-1.000m. Na última vez em que se enfrentaram, o alemão levou a melhor, na Copa do Mundo de Duisburg, este ano.

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