quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Ameaçada de morte, funcionária que alertou sobre voo da Chape chora: "Não fui culpada"

Desde a madrugada do dia 29 de novembro do ano passado, quando o avião que levava a delegação da Chapecoense para Medelín, na Colômbia, caiu e deixou 71 mortos, a vida da Celia Castedo Monasterio se transformou em um verdadeiro inferno.
Perseguida e cercada de ameaças por ter sido acusada de negligência, mesmo sendo a responsável por identificar problemas de plano de voo do avião da LaMia, ela está escondida no Brasil. Apesar das pontuações feitas por ela, o avião decolou mesmo assim.
Mais de um mês depois da tragédia, a ex-funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia (Aasana) quebrou o silêncio, chorou e alegou inocência.
Foto: Reprodução/SporTV
“Quero esclarecer que nós recebemos esse plano de voo como uma formalidade, um documento de voo. Antes de apresentar isso, a linha aérea ou o piloto que queria realizar um voo não regular, se dirige aos escritórios da DGAC (Direção Geral de Aviação Civil), e eles são os que solicitam a autorização, a empresa ou o piloto. Isso é o que eu queria esclarecer, que a DGAC é a única autoridade que pode impedir a decolagem de uma aeronave. Eu não podia impedir”, disse em entrevista à Sportv.
Após ter seu nome divulgado pela mídia como uma das responsáveis por analisar o plano de voo, Célia passou a receber ameaças. Com medo do que pode acontecer com ela ou com a família, ela está refugiada no Brasil. “Nos dias depois do acidente recebi ameaças por escrito, de morte, dizendo que eu era culpada pelo acidente. Tenho medo, especialmente pelos meus filhos. Me assustei muito quando chegaram as ameaças. Estão diretamente me acusando de algo que eu sou inocente e estão me ameaçando sem saber a minha verdade, sem poder me defender e esclarecer às pessoas que eu não deveria receber a culpa, que sou inocente. Sei que às vezes as pessoas reagem de modo emocional e pouco a pouco vão se dando conta de que realmente eu não fui culpada pelo acidente”, disse ela, muito emocionada.

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