sábado, 19 de setembro de 2020

Intenção de compra de imóvel atinge melhor marca em 13 anos

Segura ressalta que o momento é favorável | Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE - Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE
A quantidade de anúncios de lançamentos residenciais em Salvador e a movimentação nos estandes de venda – verificada 15, 20 dias após o retorno das atividades comerciais – parecem mesmo confirmar os resultados das últimas pesquisas de mercado realizadas por entidades ligadas ao setor, de que a pandemia só fez aumentar a busca pela tão sonhada casa nova/própria.
De acordo com o levantamento Datastore Series de agosto, a intenção de compra de um imóvel entre os brasileiros para os próximos 12 meses alcançou o índice de 51%, melhor marca desde o início da contagem, em 2007. Ou seja, número próximo a 11,6 milhões de famílias estão dispostas a mudar em até dois anos.
Já o estudo Indicadores Imobiliários Nacionais, desenvolvido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a empresa de consultoria Brain, aponta que 40% dos consumidores pretendem investir em um imóvel nos próximos dois anos. Em junho, o contingente era de apenas 25%.
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“As pessoas estão de novo olhando para o mercado imobiliário”
Cláudio Cunha, da Ademi
Segundo o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário na Bahia (Ademi), Cláudio Cunha, o aumento na procura por um apartamento novo teve início mais ou menos no final do mês de junho, e, em julho, o número de unidades comercializadas já foi 7% maior que no mesmo período do ano anterior.
“Notícia muito boa, interessante. As pessoas estão de novo olhando para o mercado imobiliário”, diz ele.
Ainda segundo Cunha, tamanha disposição se dá por uma conjunção de fatores, entre eles taxas de juros mais atraentes, preços dos produtos pouco reajustados em quase cinco anos, crédito ampliado, inflação sob controle, Selic em queda (rentabilidade de aplicações financeiras idem) e a própria pandemia, claro.
“Entre 2014 e 2019, período em que também atravessamos uma crise, poucas unidades foram lançadas, então havia uma demanda muito reprimida. Nesse cenário, os imóveis tiveram uma correção de valor muito inferior do que teriam em um outro contexto. Por último, a queda da Selic derrubou a rentabilidade dos produtos de renda fixa, obrigando o investidor a diversificar as aplicações, seja na renda variável (Bolsa de Valores) ou em imóvel”, fala.
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“O otimismo das pessoas vem de incentivos (do governo)”
Alex Frachetta, CEO da Apto
De olho na retomada dos negócios, a plataforma de imóveis novos na internet Apto, por meio de parceria com a construtora Moura Dubeux, acaba de firmar presença nos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte, com ao todo dez projetos. O marketplace, porém, possui mais de 2.500 empreendimentos à venda.
“Muitas empresas começaram 2020 com o otimismo que há tempo não se via, pelo menos desde 2014. O índice de confiança do consumidor vinha crescendo, e, com a pandemia, houve um corte abrupto. Mas isso foi uma pausa, e agora é o momento da despausa (retomada). Vale lembrar, no entanto, que o otimismo das pessoas vem de incentivos (governamentais)”, fala Alex Frachetta, CEO da Apto.
Oliva comemora alta do nível de confiança | Foto: Felipe Iruatã | Ag. A TARDE
Oliva comemora alta do nível de confiança | Foto: Felipe Iruatã | Ag. A TARDE
Morar ou investir
Para o diretor da Santa Emília Empreendimentos, Leonardo Segura, o momento é favorável tanto para quem quer adquirir um imóvel como forma de investir, como para morar. “A pandemia e a Selic em queda causaram um aumento na venda de imóveis. Para quem quer morar, os juros baixos proporcionam contratos de financiamento muito mais baratos. Para quem quer investir, não existe opção mais segura e rentável do que um bom imóvel”, conta Segura.
Ele destaca, contudo, que os preços dos materiais de construção subiram – o que deve inflacionar os próximos lançamentos. E lembra que a empresa “está comercializando três residenciais”, no Cidade Jardim, na Pituba e no Caminho das Árvores, todos com duas vagas de garagem e infraestrutura de lazer completa.
No “novo normal” do setor o que se vê também é o aumento da oferta dos chamados microapartamentos – com até cerca de 29 metros quadrados, preço na casa dos R$ 159 mil / R$ 100 mil, mas em bairros com localização central, como Pituba, Costa Azul, Placaford, Piatã – e também econômicos, ou populares, com subsídio do Minha Casa, Minha Vida.
O Lumina Residencial, lançamento da Sertenge, é um deles. Localizado na avenida Aliomar Baleeiro, o condomínio terá oito torres de quatro pavimentos e térreo, com três opções de planta: apartamentos de dois quartos (44 m²); estúdio (33,6 m²); e tipo garden, com dois quartos, 44 m² e área descoberta (de 21,8 m²).
As unidades saem por a partir de R$ 149,5 mil (MCMV). De acordo com André Ferreira, da área de incorporação da construtora, “o projeto possui alterações baseadas na experiência da pandemia”. “Estamos privilegiando as varandas, áreas externas, espaços de lazer ao ar livre. Também a reformulação das plantas, prevendo flexibilidade, home office”.
O Vivver Ulisses, da Pejota Construções, vai na mesma linha. Em Sussuarana, o empreendimento terá cinco torres, unidades de dois quartos, de 47 m² a 51 m² [são cinco opções de planta], elevadores, por R$ 175 mil. Segundo o gerente comercial, Antônio Oliva, já há “fila de espera”. “A procura está muito alta. O mercado está totalmente favorável.
ATARDE

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