quinta-feira, 24 de junho de 2021

Buscas por Lázaro geram prejuízos para comércio e turismo no Entorno do DF

 

Circulação de carros e até helicópteros das forças de segurança mudou completamente a rotina dos moradores de municípios do Entorno -  (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)
Circulação de carros e até helicópteros das forças de segurança mudou completamente a rotina dos moradores de municípios do Entorno - (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)

Antes do início da perseguição a Lázaro Barbosa de Sousa, o povoado de Edilândia e o distrito de Girassol — ambos no município de Cocalzinho (GO) — recebiam muitos brasilienses e moradores de outras partes do país à procura de descanso, principalmente no fim de semana. Além da tranquilidade da região, o contato com a natureza permitia aos turistas se afastar da agitação dos centros urbanos e se refugiar nas chácaras do município. No entanto, desde que a caçada pelo foragido começou, há 15 dias, um fenômeno oposto predomina: habitantes deixam a área — até então pacata — em busca da movimentação das cidades maiores, onde se sentem mais seguros.

A queda do movimento nos comércios foi uma das consequências do medo gerado pelas duas semanas de operação. Alguns empresários da região registraram diminuição de até 60% nas vendas, em relação ao período antes da caçada. Márcio de Matos, 32 anos, dono de uma loja de artigos para celular, conta que a situação o fez mudar o período de expediente. “Antes, abríamos às 8h; agora, às 9h ou 9h30. O horário de fechar também mudou. Dependendo do dia, ficávamos até as 18h30. Atualmente, dá 17h e começamos a nos organizar para ir embora”, relata o comerciante.

A cautela também tem relação com a distância que Márcio precisa percorrer até chegar em casa, em Taguatinga. “Faço esse percurso todo dia. Preciso vir mais tarde (para Cocalzinho) e sair mais cedo, para passar pelas blitz em um horário seguro e chegar aqui com um movimento maior de outros lojistas. É aquela coisa: um comércio puxa o outro e, como a circulação está baixa, quando uma pessoa começa a fechar, todo mundo acompanha. Ninguém quer correr o risco de ficar sozinho com o estabelecimento aberto”, observa.

As perdas nas vendas passam de 50% do registrado antes da megaoperação na cidade. “Fazemos alguns trabalhos delivery, mas nem sempre compensa. Às vezes, o cliente mora em chácaras longe demais da loja. Além do custo da gasolina, entra de novo a questão do perigo, porque precisamos entregar um celular, por exemplo, em um local afastado”, completa Márcio.

https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2021/06/4933354-buscas-por-lazaro-geram-prejuizos-para-comercio-e-turismo-no-entorno-do-df.html

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