segunda-feira, 28 de junho de 2021

Lázaro Barbosa morre em troca de tiros com a polícia em Goiás

 

 (crédito: Polícia Civil/Divulgação)
Lázaro Barbosa, 32 anos, acusado de matar quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia, foi morto em troca de tiros com a polícia na manhã desta segunda-feira (28/6), em Águas Lindas de Goiás. Ele era procurado havia 20 dias.

Antes da confirmação da morte do criminoso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, havia anunciado, pelas redes sociais, a prisão. "Ta aí, minha gente, como eu disse, era questão de tempo até que a nossa polícia, a mais preparada do país, capturasse o assassino Lázaro Barbosa. Parabéns para as nossas forças de segurança. Vocês são motivo de muito orgulho para a nossa gente! Goiás não é Disneylândia de bandido", escreveu o governador na legenda da publicação.

O secretário de segurança de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, se pronunciou sobre o fim da operação: “Encerrado, graças a Deus”. O secretário e os policiais da força de segurança foram recebidos com aplausos pela população de Águas Lindas do Goiás.

Casa Militar de Goiás foi responsável por capturar Lázaro, diz Caiado

Em entrevista à GloboNews, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), exaltou as forças de segurança que fazem parte da força-tarefa que buscavam por Lázaro. Segundo ele, a Casa Militar do estado foi a responsável por capturar o foragido na manhã desta segunda-feira (28/6), após uma troca de tiros.

“Nós temos, hoje, a melhor polícia do país. Não houve hora nenhuma a necessidade de mudar a iniciativa e o preparo dos nosso policiais. Não houve nenhum assassinato a mais, nossa polícia não se excedeu em nenhum momento”, disse.

 

Além disso, Caiado afirmou que as investigações em torno das pessoas que ajudaram Lázaro durante a fuga. “É uma rede criminosa. Ele estava ali muito bem aparelhado”, frisou.

Na última sexta-feira (25/6), a polícia prendeu duas pessoas suspeitas de esconderem o foragido. O caseiro, Alain Reis Santana, foi liberado após audiência de custódia. O proprietário da chácara, Elmir Caetano, 74, segue preso.

Buscas duraram 20 dias

As buscas por Lázaro tiveram início em 9 de junho, quando a polícia começou a investigar um triplo homicídio no Incra 9, em Ceilândia . Pai e dos dois filhos foram e encontrados mortos e a mãe da família não estava no local . O incidente Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, e os filhos dele, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, eram as vítimas. Cleonice estava desaparecida.

No fim da tarde, a Polícia Civil do DF divulgou a foto de Lázaro Barbosa de Souza e o confirmou como suspeito de cometer os crimes em Ceilândia Norte. A descoberta foi feita a partir de impressões digitais encontradas na chácara. Com a identidade, a ficha de Lázaro foi levantada, com um histórico recente de agressões.

Em 26 de abril, Lázaro cometeu estupro e roubo contra uma mulher que abordou na rua. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Já em 17 de maio, ele invadiu outra chácara, próxima à da família assassinada. Nela, amarrou as vítimas e as ameaçou com revólver e faca, obrigou todos a ficarem nus e as moças da família a cozinharem para ele.

Novas invasões, confissão e incêndios

As buscas por Cleonice já completavam 24 horas quando a PCDF descobriu outra invasão em uma chácara próximo ao local onde a empresária foi sequestrada. Lázaro foi reconhecido pela nova vítima. Durante três horas da tarde de 10 de junho, ela e o caseiro foram mantidos reféns.

De acordo com relatos das vítimas, Lázaro encontrou o caseiro primeiro e disse que não ia fazer nada, contanto que ninguém reagisse. Em seguida, colocou uma máscara de criança e mandou chamar quem estava dentro de casa. Para a dona da chácara, o criminoso confessou ter matado a família Vidal, mas disse que não estava só.

Na madrugada de sexta-feira (11/6), as buscas por Lázaro e por Cleonice ultrapassaram a fronteira do Distrito Federal. O suspeito invadiu uma chácara em Ceilândia por volta das 20h, fez o caseiro refém e roubou um veículo, um Palio branco, que usou para se dirigir até Cocalzinho de Goiás (GO), às 3h30. Lá, na BR-070, incendiou o carro. 

Ainda na cidade, Lázaro invadiu outra chácara, fez um caseiro refém e o obrigou a cozinhar no sábado (12/6). Depois, invadiu outra residência e baleou três homens, que ficaram em estado grave. No fim da noite, ateou fogo em outra chácara. Foi neste mesmo dia, à tarde, que Cleonice foi encontrada, sem vida, por familiares e vizinhos em um córrego próximo ao local em que morava.

No domingo (13/6), o suspeito roubou um carro, crime denunciado pelo dono aos mais de 200 policiais mobilizados na cidade de Cocalzinho. O veículo foi encontrado às margens da BR-070, próximo a Edilândia (GO), local em que as buscas foram intensificadas.

Outra família foi feita refém pelo criminoso na terça-feira (15/6). Por mensagem, uma adolescente moradora da chácara pediu ajuda à polícia: "Socorro. O assassino Lázaro está aqui em casa" . Na quarta-feira (16/6), a polícia divulgou vídeo do momento em que as vítimas são soltas . As imagens mostram a troca de tiros que deixa um policial ferido de raspão na cabeça.

Tambpém no dia 16, a PMDF foi retirada do caso, deixando o Bope como principal força das buscas. A policia encontra uma camisa suja de sangue.

Em entrevista ao Correio, a atual companheiro de Lázaro, de 19 anos,declarou que temia pelo fim de Lázaro, e que esperava que ele se entregasse.

Em 17 de junho, duas pessoas afirmaram ter visto o homem em Cocalzinho. No mesmo dia, Lázaro é avistado próximo a uma chácara no Girassol.

A Polícia muda a base de força-tarefa para Girassol. A mudança aconteceu para que a equipe tivesse melhor acesso a internet. Mais tarde o Secretário afirma que a Força Nacional também ajudaria na caçada.

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), comentou sobre o caso Lázaro e apoiou o porte de armas: "Quem não quer ter arma, é só não comprar".

No dia 19 de junho, líderes religiosos denunciaram intolerância por parte dos policiais durante buscas em seus templos.

Em 20 de junho, um total de 270 policiais estavam na busca por Lázaro. Um jovem de 23 anos é preso por se passar por policial para participar das buscas. Além disso, um homem relatou à polícia que sua casa havia sido invadida e revirada.

No dia 21, a Defensoria Pública do DF pediu para que a integridade Lázaro fosse preservada e que após sua prisão, fosse encaminhado a uma cela separada. Na manhã seguinte, a juíza da VEP nega pedidos de proteção da Defensoria. Um homem, que pode ser Lázaro, tenta invadir uma chácara em Girassol, o caseiro reage com tiros.

No dia 23, a polícia cerca uma chácara, mas as buscas não têm resultado. Durante a tarde do dia 24, um homem é visto rondando uma chácara em Estrela Brilhante, distrito de Girassol (GO), e, mais tarde, em Luminosa. No mesmo dia, um advogado contratado pela família tenta contato com o fugitivo para tentar uma rendição.

Ao fazer buscas na região no dia 25, dois homens foram presos suspeitos de ajudar Lázaro na fuga. Um deles estava com as armas que Lázaro roubou em Cocalzinho (GO), duas espingardas garruchas calibre 22, com 50 munições. Eles foram identificados como o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista e o caseiro Alain Reis de Santana. Mais tarde, o advogado nega envolvimento dos dois. Os suspeitos vão a audiência de custódia. Caseiro é liberado, mas fazendeiro é mantido na prisão.

No dia 26, a polícia descobre perfil falso que Lázaro utilizava para se informar sobre o caso. A PM do Rio cede equipamento para auxiliar na localização de Lázaro Barbosa. No dia 27, polícia rastreia celular e redes sociais de Lázaro.

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