Justiça concede liberdade provisória à delegada suspeita de atirar em policiais

A Justiça de Minas Gerais concedeu liberdade provisória à delegada Monah Zein. Na tarde dessa quinta-feira (23), a servidora foi presa em flagrante em Belo Horizonte e, no momento, está hospitalizada em local não revelado.

A audiência de custódia foi realizada na manhã de hoje (24) e terminou por volta do meio-dia, sem a participação da delegada. Por determinação da juíza Juliana Pagano, o caso passa a correr em segredo de Justiça. A ata da audiência não será disponibilizada devido ao sigilo determinado.

As informações foram divulgadas pela assessoria de imprensa do Fórum.

Entenda o caso

A delegada Monah Zein foi presa após, segundo a Polícia Civil, ter atirado contra policiais no prédio onde mora, no bairro Ouro Preto, região da Pampulha. Ela se trancou no local e, pelas redes sociais, denunciou abusos que estaria sofrendo na corporação.

Em transmissão ao vivo, no perfil que mantém no Instagram, a delegada afirmou que policiais chegaram na porta da casa dela por volta das 9h da manhã de quarta-feira, após ela avisar que não iria mais trabalhar. A delegada disse ter decidido que “não vai mais viver nesse inferno”.

A servidora ficou mais de 30 horas até ser retirada de casa. De acordo com a PC, ela disparou quatro vezes contra policiais que tentavam entrar no local. O delegado responsável pelo caso, Saulo Castro, pediu a prisão preventiva de Zein e a internação da delegada em estabelecimento psiquiátrico.

Além da prisão em flagrante, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão de duas armas que estavam em posse de Monah Zein. Conforme disse Saulo, em tese, a situação poderia configurar como porte ilegal de arma, uma vez que não estavam registradas.

A advogada, Jucelia Braz, que faz parte da defesa da delegada, conversou com o BHAZ e disse que não enxergava fundamentos para a prisão. “Ela estava dentro de casa e agiu em legítima defesa. Qualquer ser humano teria a mesma atitude se aparecessem policiais atacando na própria casa”, informou.

Para a defesa, a Polícia Civil agiu com truculência extrema diante da situação. A advogada ainda fez questão de reforçar que a delegada não oferece risco para si mesma ou para terceiros.

Agora, a expectativa é de que após receber alta, a delegada Monah Zein seja liberada e possa responder o caso em liberdade.

https://bhaz.com.br/noticias/bh/justica-determina-liberdade-provisoria-para-delegada-monah-zein/