Para quem vivia da agricultura familiar, em roças de subsistência, o feijão que vai ao prato não vem mais do quintal. É pago com o dinheiro de programas sociais como o Bolsa Família e o Auxílio Estiagem. Isso quando não se tornou impossível manter-se na roça – buscar emprego na cidade grande tornou-se a única opção para muitos.
A peleja dos agricultores diante da seca atinge 390 mil quilômetros quadrados de terra na Bahia, cerca de 70% da área do estado – 214 municípios já decretaram situação de emergência. A falta crônica de água já bate à porta da capital. A cerca de cem quilômetros de Salvador, na zona rural de Feira de Santana, se contam aos milhares histórias similares à de José Ferreira Sales, 56 anos, filho de pais trabalhadores rurais, dono de uma pequena roça de 3 hectares, onde planta feijão, milho e mandioca e cria cabras e galinhas.
Sem ter como trabalhar na terra, outros três filhos de José foram morar na cidade. “Até os grandes fazendeiros que demandavam mão de obra dos pequenos agricultores não existem mais. Está complicado. Meus três filhos que foram para a cidade pegam o trabalho que aparecer, de pedreiro, de servente, porque a situação está braba. Tem família para dar comida e não podem vacilar”, disse.
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POR CORREIO DA BAHIA
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