quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

PMs são presos acusados de matar e carbonizar militares no Rio de Janeiro

A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira os policiais militares Alexsander Amorim da Silva e Marcos Paulo Tavares, lotados no 25º BPM (Cabo Frio), acusados da morte de dois militares em São Pedro da Aldeia no fim de 2022. O sargento do Exército Julio Cesar Mikaloski e o sargento da Marinha Sidiney Lins dos Santos Junior foram mortos e carbonizados dentro do porta-malas de um Honda Civic, no último dia 2 de dezembro. Segundo a investigação da 125ª DP (São Pedro da Aldeia), câmeras de segurança flagram o carro de Alexander Amorim seguindo as vítimas e voltando do local onde os militares foram encontrados.

Os policiais foram presos temporariamente e também alvo de mandados de busca e apreensão. Cinco armas dos PMs, celulares e o carro que aparecem nas imagens foram apreendidos para passar por perícia.

A Polícia Militar afirma que a Corregedoria atuou em apoio à Polícia Civil.

A Polícia Civil também busca o paradeiro de duas mulheres donas de uma casa noturna onde as vítimas estiveram antes de serem mortas. As investigações apontam que elas foram responsáveis por apagar os vestígios na boate e lavar o local para dificultar as investigações. São consideradas foragidas Nayara Campos e Vanessa Vianna.

Julio estava no Exército há 12 anos. Aos 33 anos, esteve na ocupação do Complexo do Alemão, em novembro de 2010. Era a primeira vez que militar visitava São Pedro da Aldeia a convite do amigo, o sargento da Marinha Sidiney Lins. Os dois se conheciam há mais de 10 anos.

'Confusão na boate'

Segundo Elisandro, um terceiro amigo morador da cidade, que estaria com os militares no dia em que foram executados, também foi convidado a depor na delegacia. Enquanto o pai estava na unidade policial, leu um depoimento de uma testemunha detalhando o que poderia ter acontecido com os militares na noite em foram assassinados. Julio e Sidney estariam se divertindo dentro de uma boate, em São João da Aldeia, quando uma confusão começou. Na ocasião, homens que estariam armados com fuzis entraram na casa de festa e levaram os militares para o carro de Julio, indo em direção à Estrada da Caveira, local onde foram encontrados carbonizados.

Visita à casa de prostituição

Após assistirem ao jogo do Brasil pela Copa, em um bar da cidade, Julio e Sidinei horas antes de serem assassinados visitaram uma casa de prostituição na região. O GPS encontrado no carro mostra o trajeto feito pelos militares na noite do crime. O registro de ocorrência foi feito por volta das 7h30 de sábado. Policiais militares do 25° BPM(Cabo Frio) foram até o local. Ao chegarem, os cadáveres sem identificação foram localizados no banco de trás e no porta-malas do veículo.

Julio Cezar era separado e mantinha a guarda dos filhos compartilhada. Ele morava sozinho no bairro Monte Castelo, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Já o amigo Sidinei Lins, conhecido do militar há quase 10 anos, teria se mudado para Cabo Frio há poucos meses. Foi a convite dele que Julio decidiu viajar. Agora, o pai espera que todas as providências sejam tomadas para que o caso possa ser solucionado.

https://extra.globo.com/casos-de-policia/pms-sao-presos-acusados-de-matar-carbonizar-militares-na-regiao-dos-lagos-25650503.html

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