Poucos países no mundo já começaram a vacinação contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), como os Estados Unidos e o Reino Unido. Mas o Brasil, por exemplo, apesar de ter um plano de imunzação nacional, ainda não tem uma data oficial para iniciar um programa oficial de vacinação. Independente disso, já circulam por aqui casos de venda de vacinas ilegais contra a COVID-19, sem nenhuma comprovação.
Segundo o jornal Diário do Rio e relatos nas redes sociais, camelôs localizados em Madureira, um bairro da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, comercializam um suposto imunizante contra o coronavírus pelo valor de R$ 50,00. Inclusive, é possível a aplicação da fórmula desconhecida no local por mais R$ 10,00. Pelas imagens da caixa que circulam nas redes sociais, o produto é uma falsificação da vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinopharm.
Em outro caso, ainda de outubro deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) notificou uma suposta comercialização irregular da vacinas contra a COVID-19 na cidade de Niterói, também no estado do Rio de Janeiro. Na ocasião, os responsáveis pela falsificação alegavam vender a vacina de Oxford, desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. Na época, a Anvisa recomendou: “Até que seja autorizado pela Anvisa, o cidadão NÃO deve comprar e utilizar qualquer vacina que tenha alegação de prevenir a COVID-19”.
Em conversa com o Canaltech, a pesquisadora e jornalista Cristina Tardáguila, também diretora adjunta da International Fact-Checking Network (IFCN), na Flórida, e fundadora da Agência Lupa, já alertou que casos de vacinas falsas contra a COVID-19 devem se tornar cada vez mais comuns e serão um tema recorrente em 2021. Esses produtos fazem parte da nona onda de desinformação sobre a pandemia do coronavírus.
Riscos de vacina ilegal contra a COVID-19
É importante saber que o uso da substância de procedência duvidosa pode causar sérios danos à saúde, já que não se sabe a sua composição. E isso pode gerar, inclusive, reações graves e até infecções, por exemplo. “Não se sabe o que foi manipulado no produto e qual substância está sendo aplicada na pessoa. É preciso ter aval da Anvisa para atestar a eficácia de vacinas e remédios. E, até o momento, nada foi aprovado no país”, explicou o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SIM) e integrante do Comitê de Combate à COVID-19 em Belo Horizonte, Estevão Urbano, para o jornal O Tempo.
Além disso, quem falsifica, corrompe, adultera ou altera um produto destinado para fins medicinais comete um crime hediondo e é passível de uma pena de reclusão de até 15 anos. “Vender medicação que não está autorizado e sem fiscalização de todas as agências regulatórias é crime contra a saúde pública”, comentou o juiz aposentado Linviston José Machado.
Fonte: Diário do Rio e O Tempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário