O Amazonas enfrentará uma seca histórica nas próximas semanas. A estiagem deve impactar a distribuição de água e alimentos, pois grande parte do transporte de itens essenciais é feita por meio dos rios. O governador do estado, Wilson Lima (União Brasil), estima que cerca de 500 mil pessoas podem ser impactadas até outubro. Para enfrentar a seca e mitigar os impactos, o governo tem se reunido com órgãos e ministros para traçar estratégias. Na terça-feira (26/9), o governador vem a Brasília após o governo federal convocar uma reunião de emergência. Além de Wilson, participarão do encontro o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), além de deputados e senadores dos estados.
Até o momento, 13 municípios decretaram emergência ambiental. Estima-se que o Amazonas vai precisar de aproximadamente R$ 100 milhões para colocar as ações emergenciais em prática. “Montamos uma rede de informação e de dados que antes o governo do Amazonas não tinha e começaram a ser compiladas a partir de 2019. Então, hoje a gente pode trabalhar de forma preventiva e de forma mais assertiva”, explicou Wilson, em coletiva de imprensa na semana passada.
Entre as providências já adotadas pela Defesa Civil do estado estão a capacitação de agentes municipais e estaduais, entrega de purificadores coletivos de água, emissão de alertas e orientações para a população e demais entes públicos e aquisição de cestas básicas e caixas d’água para a população afetada. O governo também deve distribuir de kits de higiene pessoal, hipoclorito de sódio, além de renegociar dívidas e fomentar os produtores rurais que serão afetados pela estiagem.
Além disso, o governo prevê a tomada de outras ações. Na área ambiental, por exemplo, o governo anunciou o montante de R$ 1,1 milhão para a atuação de 153 brigadistas em nove municípios, com o intuito de combater focos de queimadas dentro do chamado “arco do desmatamento”, localizado no sul do Amazonas, onde estão os municípios que concentram o maior número de focos de calor. Na saúde, as ações emergências envolvem o resgate de pacientes em estado grave nos municípios atingidos pela estiagem.
"A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas irá distribuir, de forma preventiva, hipoclorito de sódio para tratamento de água para consumo nos municípios do Amazonas, bem como antecipar envio de insumos para prevenir e detectar a malária, incluindo inseticidas e mosquiteiros impregnados, além de monitorar doenças que podem ser impactadas pela estiagem, como as doenças diarreicas agudas, Hepatite A e febre tifoide", informou a Defesa Civil.
Razões para o cenário
Um dos fatores que contribuem para a chegada da seca histórica é o fenômeno climático El Niño, que inibe formação de nuvens de chuva, fazendo com que a estiagem deste ano seja prolongada e mais intensa, se comparada a anos anteriores.
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