A polícia de Goiás continua as buscas pelo caseiro Wanderson Mota Protácio, de 21 anos, suspeito de matar a mulher grávida, a enteada e um fazendeiro em Corumbá de Goiás. A polícia ontem divulgou um telefone para receber denúncias e informações. Wanderson foi apelidado de “Lázaro 2.0” ou “Novo Lázaro”.
— O suspeito fugiu para Alexânia, onde pediu ajuda a familiares e até vendeu alguns aparelhos celulares. De lá, ele fugiu para Abadiânia e está escondido na zona rural entre estas cidades — disse o delegado Tibério Martins, segundo informações do G1.
A Polícia Civil prendeu um homem que teria comprado um celular de Wanderson em Alexânia. De acordo com a polícia, o celular apreendido era de Cristina.
— Ele vendeu esse celular para juntar dinheiro, e a polícia conseguiu identificar esse comprador, que foi preso por receptação — disse Martins.
Martins é responsável pela busca ao fugitivo e declarou que o Wanderson está “desesperado por dinheiro” para fugir de Goiás. Cristina contou à polícia que o rapaz era conhecido da família. Ele chegou à propriedade, entrou, e conversou com Roberto. Os dois tomaram refrigerante. Então, Wanderson sacou a arma e atirou na cabeça do idoso.
Policiais da Delegacia Regional de Anápolis, Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais, Polícia Rodoviária Federal e Grupo de Investigação de Homicídios trabalham para localizar Wanderson. A força-tarefa conta com ao menos 50 policiais, um helicóptero e cães farejadores. Buscas são feitas em Corumbá de Goiás, onde aconteceu o crime, Alexânia e Abadiânia, para onde ele teria fugido em um táxi. Os três assassinatos aconteceram no fim da tarde de domingo. Segundo a Polícia Civil, primeiro, o suspeito matou a mulher dele, Rânia Aranha Figueiro, de 21 anos, e a enteada Geysa Aranha da Silva Rocha, de 2 anos e 9 meses.
Depois, furtou um revólver e matou o fazendeiro Roberto Clemente de Matos, de 73 anos, para roubar a caminhonete dele e fugir da cidade. Wanderson também tentou estuprar a mulher do fazendeiro, Cristina Nascimento Silva, mas não conseguiu, e atirou no ombro dela. Ela se fingiu de morta e esperou Wanderson fugir na caminhonete. A mulher foi socorrida por vizinhos e levada a um hospital. A caminhonete foi abandonada em uma rodovia.
O caseiro já foi preso anteriormente por tentar matar uma ex-mulher a facadas em 2019, em Goianápolis. Na época, ele tinha 18 anos e ficou preso até março deste ano.
Dias antes de assassinar a esposa e a enteada, Wanderson teria mostrado admiração e se declarado seguidor do serial killer Lázaro Barbosa. Segundo o site Metrópoles, um colega de Wanderson, cujo nome não foi revelado, disse que o caseiro afirmou que era fã de Lázaro. “Disse que era seguidor do Lázaro. Eu achei estranho, mas ele considerava o maníaco um herói, e que tinha dado trabalho para a polícia de Goiás”, contou. De acordo com o portal, Wanderson, porém, não demonstrava conhecimentos sobre como sobreviver dentro da mata.
A Polícia fez buscas pelo caseiro ontem em uma chácara em que ele teria sido filmado, em Abadiânia. Após a procura, a corporação informou, porém, que o homem filmado não é o suspeito.
A família de Ranieri disse que a mãe da jovem está à base de calmantes após a morte.
— Minha esposa está arrasada. Eu que não sou pai estou sofrendo — contou o padrasto da jovem, Evandro Rocha da Costa.
O enterro de mãe e filha aconteceu ontem, em Corumbá de Goiás, sob forte comoção de amigos e parentes.
— A gente está sem entender. Por que ele fez isso com elas? A Ranieri era uma pessoa muito alegre, não tinha o que falar dela. Muito alegre mesmo com a família, muito amorosa — disse Helena Aparecida de Figueiró, tia de Ranieri.
Edseni Luz, outra tia de Ranieri, espera que Wanderson seja preso o quanto antes.
— A gente tem fé que vai acontecer justiça para não acontecer de novo com outras pessoas — pontuou.
O corpo do fazendeiro, que foi morto com um tiro na cabeça, também foi enterrado ontem, mas em Anápolis, a pouco mais de 50 km de Corumbá de Goiás. A produtora rural Simone de Jesus contou que ajudou a socorrer a vizinha, mulher do fazendeiro, após o ataque do caseiro.
EXTRA
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