Na última semana epidemiológica, os números de casos e mortes voltaram a subir após queda acentuada na semana anterior. Os registros de diagnósticos positivos para covid-19 aumentaram 10% e as notificações de óbitos pela doença tiveram um incremento de 6%.
Os dados estão no Boletim Epidemiológico desta semana apresentado em entrevista coletiva do Ministério da Saúde hoje (23). A análise considera a Semana Epidemiológica (SE) 38, referente ao período do dia 13 ao dia 19 deste mês. O indicador da SE é empregado por autoridades de saúde para medir a evolução de pandemias, como a do coronavírus.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, a soma de casos na SE 38 foi de 212.553, contra 192.687 na semana epidemiológica anterior. A curva havia iniciado um movimento de queda na SE 30; há dois meses, teve um incremento entre as SEs 35 e 36 e havia sofrido uma queda grande entre as SEs 36 e 37, até ter essa reversão da tendência.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo de Medeiros, trouxe pela primeira vez um comparativo de duas semanas (período utilizado por autoridades de saúde por ser o tempo de manifestação do coronavírus), destacando que apesar da alta registrada na última semana, se considerado este intervalo, houve baixa.
“Verificamos que houve aumento na última semana. Mas quando olhamos o período que usamos de parâmetro como de 14 dias consecutivos temos redução de 23% de novos casos”, ponderou o secretário.
A mudança na trajetória da curva se deu em todas as regiões do país, sendo maior no Centro-Oeste (16%), Sul (12%) e Nordeste (11%).
A reversão no movimento de queda também ocorreu na curva de mortes. Na última semana epidemiológica, foram registrados 5.322 óbitos, contra 5.007 na anterior. A curva estava em um platô desde a SE 23, em maio. Passou a apresentar uma redução leve a partir da SE 30, consolidando a tendência na SE 34.
Medeiros comentou que o ministério está avaliando, mas que na mudança das curvas, o aumento de testes e outros fatores podem ter influenciado. “Estamos testando muito mais no Brasil do que no passado. Quando isso ocorre, tem muito mais chances de identificar casos novos. Nas últimas semanas, tem havido finalização de análise de óbitos que não estavam conclusas”, pontuou.
Na distribuição por estados, o aumento nos casos se deu, sobretudo, na Região Norte (40%). Também houve incremento no Sudeste (10%) e Sul (6%). Já no Nordeste (-5%) e Centro-Oeste (-2%) houve leve diminuição.
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