Em discurso para manifestantes que promoviam ato pró-voto impresso, em Brasília, neste domingo (1º), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a colocar a eleição de 2022 em dúvida.
A concentração na Capital Federal começou por volta das 9h30 no Museu Nacional. Às 12h30, alguns manifestantes começaram a dispersar. Por volta das 13h, ainda havia pessoas na esplanada dos ministérios. A PMDF bloqueou todas as faixas do Eixo Monumental, entre a Rodoviária do Plano Piloto e o Congresso Nacional.
Aos manifestantes, Bolsonaro disse que a maioria da Câmara dos Deputados é a favor do voto impresso. Segundo ele, há uma "minoria" que busca barrar o voto impresso e que foi escolhida por líderes depois de uma reunião com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.
"O que nós queremos e o povo exige, se o povo exige, pode ter certeza e com ajuda do parlamento brasileiro teremos eleições limpas, voto democrático e contagem publica de votos", afirmou.
Ainda durante o discurso, o presidente da República apontou que o Brasil também sofre com outros problemas simultaneamente, como a pandemia, a crise hídrica e a inflação.
"Temos que enfrentar esses problemas, buscar cada vez mais soluções para os mesmos e não deixar um pequeno grupo que parece manter refém outro pequeno grupo e daí surjam chantagens, para que venham ter eleições sem qualquer forma de ser auditada. Quem fala que a urna eletrônica é auditável e segura é mentirosa", discursou.
Bolsonaro disse ainda que ele e os manifestantes estão no "lado certo" e que não vai esperar "acontecer para depois tomar providências". "Faremos o que tiver que ser necessário para que haja contagem publica de votos e tenham eleições democráticas ano que vem".
TSE: votos já são impresso
Mais cedo, o TSE usou as redes sociais para dizer que os votos "já são impressos". Na publicação, o órgão do Judiciário afirma que qualquer eleitor pode fazer a contagem de votos por conta própria, por meio do boletim de urna.
Ainda sobre as declarações de hoje de Bolsonaro, a CNN procurou o TSE, o STF, os presidentes da Câmara, do Senado e de partidos políticos.
Por enquanto, quem se manifestou foi Carlos Lupi, presidente do PDT, que diz que “o presidente adota esse discurso como uma tática para manter a mobilização de seu eleitorado e tentar tirar o foco dos equívocos cometidos no enfrentamento da pandemia". Para ele, "se o voto eletrônico é fraudado, então o presidente foi eleito todas vezes por uma fraude”.
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse repudiar "as tentativas de desestabilização por parte de Bolsonaro". "A campanha do presidente da República pelo voto impresso e as recorrentes ameaças contra a democracia são inaceitáveis", diz Medeiros, para quem o "sistema de votação eletrônica é seguro".
Já a presidente do PCdoB, Luciana Santos, afirma que "a urna não é vulnerável a ataques externos, o voto é auditável e todo o sistema é muito confiável. É o que atestam, inclusive, organismos internacionais".
Líder do Cidadania na Câmara, o deputado federal por SP Alex Manente afirmou que "acusações devem ser provadas". "O TSE tem mostrado diversas provas de que a urna eletrônica é segura e auditável. Por isso, fizemos a pedição para que qualquer derrota no voto, de qualquer candidato, não tenha como desculpa fraude no sistema eleitoral", afirma o deputado.
O PSB disse que não irá se manifestar.
CNN BRASIL
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