Nascida e criada em Brasiléia, município do Acre, a médica que morreu de embolia pulmonar, no último sábado, após fraturar o pé durante um passeio no sábado (24/6), era conhecida pelos pacientes como uma boa profissional.
De acordo com relatos de familiares, Adriana Rodrigues Laurentino, 27 anos, era muito amada pelos pacientes na unidade de saúde em que trabalhava. Ainda segundo eles, a médica recebia frutas e presentes como agradecimento pelos atendimentos.
Adriana compartilhava o sonho de se tornar médica com o pai, Antônio Laurentino Correia. Por pouco, não deu certo. Após a morte do patriarca, ela pensou em desistir, mas com o apoio da família conseguiu se formar em medicina.
Formada na Universidade Amazônica de Pando (Uap), Adriana estava inscrita no Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) desde abril do ano passado. Amigos contaram que ela era a aluna mais estudiosa e esforçada da turma de medicina, além de ser muito prestativa.
Adriana estava na cidade de Camaçari (BA) há cerca de um ano para fazer uma especialização em saúde da família. Depois de concluir o curso, ela retornaria para Brasiléia com o intuito de ficar perto da família e dos amigos.
Ela morava sozinha no município baiano. Após fraturar o pé esquerdo e precisar se afastar do trabalho, a médica optou por viajar para a cidade natal, Brasiléia, e se recuperar ao lado dos familiares.
“A família toda está no Acre. Ela estava com o pé fraturado e não tinha como ficar dentro do apartamento, estava de atestado. A família se disponibilizou a mandar alguém para ficar com ela, mas disse que vinha. Esse voo que foi o problema, muito tempo dentro do avião, a perna parada e tudo contribuiu para a embolia pulmonar”, disse Renata Lopes, prima da vítima.
Passou mal no aeroporto
A médica passou mal no Aeroporto de Brasília (DF), onde fez conexão rumo ao Acre, recebeu atendimento médico no local e foi avisada de que seria levada para uma unidade de saúde do Distrito Federal.
No entanto, após acordar de um desmaio, Adriana pediu para seguir viagem até a cidade natal. “Fizeram todos os procedimentos corretos, toda documentação, e iam encaminhá-la para um hospital de Brasília. Esse seria o correto”, explicou a prima Renata, que também é médica.
“Quando foi tornando, conversou com a médica e pediu para vir para o Acre, a médica acabou concordando, deu o laudo dela e ela seguiu o voo. Esse foi o erro. É muito importante que um médico, mesmo que o paciente peça de todas as formas possíveis para seguir viagem, não deixar, já que corre o risco de morte no voo. Ela não tinha como embarcar”, lamentou.
Ao desembarcar na capital Rio Branco, no sábado, Adriana pegou um táxi para Brasiléia e foi recebida pela família. Segundo Renata, a prima passou o dia bem, brincando com os parentes. Durante a noite, no entanto, se sentiu mal.
“Oito horas da noite, mais ou menos, vim embora para casa, e quando foi umas 9h minha mãe me ligou pra eu correr pro hospital que ela estava sendo intubada. Ela morreu às 11h da noite do sábado, foi muito rápido”, lamentou a familiar.
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