Um ano depois de ser condenada à prisão e perda do cargo de delegada, Maria Selma Pereira Lima segue em liberdade e no quadro de servidores da Polícia Civil da Bahia (PC-BA). A informação foi confirmada com exclusividade ao iBahia, nesta sexta-feira (26), por órgãos envolvidos no caso e pela defesa da delegada Maria Selma, como é popularmente conhecida.
Investigada por vários crimes à frente de pelo menos duas delegacias em Salvador, a delegada, que é paulista, vive hoje em São Paulo (SP), enquanto aguarda julgamento de recurso movido pela defesa dela. A situação se arrasta desde a decisão inicial da Justiça da Bahia, divulgada em junho de 2023.
Segundo o advogado Sérgio Habib, que representa a investigada no caso com o também advogado Thales Habib, além da anulação do processo movido pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), foi pedida a isenção de culpa da delegada, por "falta de provas". "A defesa acredita na absolvição dela ou, no mínimo, na anulação do processo por nulidades penais", detalhou.
Entenda o caso da delegada Maria Selma
Segundo as investigações, que foram comandadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), do MP-BA, a delegada aproveitava "privilégios" do cargo e a influência que possuía na corporação para facilitar execução e vantagem de crimes.
A denúncia aponta a participação da delegada Maria Selma em falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso, denunciação caluniosa, usurpação de função pública e fraude processual.
Uma das ações investigadas é de 2018, quando a ré era delegada titular da 16ª Delegacia Territorial (DT), no bairro da Pituba. Ela teria permitido que um homem, que não era policial, participasse de uma operação que apreendeu 135 máquinas caça-níqueis na região, armado com uma submetralhadora e usando vestimentas policiais.
Já em outro caso, à frente do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), a delegada teria facilitado a devolução ilegal de um carro clonado, que havia sido apreendido com membros de um grupo criminoso. Para isso, ela teria chegado a falsificar documentos de terceiros.
Há ainda indícios de que Maria Selma atuava para garantir a impunidade de criminosos envolvidos nos esquemas que ela participava, conforme pontuou a investigação do Gaeco.
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