O estudante Roberto Santos Júnior, 19 anos, tem uma semana que não vê a própria mãe. A professora Karlla Miranda da Costa, 31, desembolsou mais de R$ 1 mil em passagens de ônibus. O jornalista pós-graduado Diogo Vasconcelos, 27, vai passar 12 horas em pé apenas apontando o portão de saída. A guia turística Gisliane Lopes da Silva, 32, vai levar as mesmas 12 horas proferindo sempre a mesma frase: “Seja bem-vindo, a entrada é por ali”.
Como se vê, essas pessoas têm algo em comum: elas se sacrificam. A questão é: Pelo que? Aí entra o outro aspecto em comum. Todas vão ter o mesmo ganho, a mesma vantagem: nenhuma. Pelo menos não financeira. Lucro? Zero. Os voluntários da Copa das Confederações estão prontos para doar o seu tempo e sua disposição. No total, em Salvador, serão cerca de 1,5 mil.
Mas, no país das desigualdades, existe uma polêmica divisão entre eles. É que há dois tipos de voluntários no evento. Os voluntários do Comitê Organizador Local (Col), com supervisão da Fifa, e os voluntários do programa Brasil Voluntário (BV), do Ministério dos Esportes. Digamos que os primeiros são a Série A do voluntariado. Os demais, por sua vez, foram claramente relegados à segunda divisão.
VOLUNTÁRIO FIFA
Quantidade Entre 900 e 1 mil espalhados por diversos pontos da capital baiana
Uniforme Tênis, meias, calça, casaco, camisa e boné da Adidas, além de kit higiene
Alimentação Têm direito a R$ 25 por dia em cartão de débito aceito em diversos restaurantes
Locais 80% deles no estádio e seu entorno, além de hotéis e campos das delegações
VOLUNTÁRIO BV
Quantidade 570 em toda a capital baiana
Uniforme Camiseta, sacolinha, boné e crachá
Alimentação Têm direito a R$ 15 por dia. Mas o dinheiro só poderá ser resgatado após o evento, no Banco do Brasil
Locais Atuam principalmente no aeroporto, rodoviária, postos de gasolina, pontos turísticos e entorno da Arena Fonte Nova
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