Uma
pesquisa feita por uma empresa de administração de condomínios registrou, em
abril, o maior índice de inadimplência de aluguéis de imóveis na Bahia, desde o
ano de 2008. De acordo com o estudo, a taxa de inadimplência no mês de abril
dobrou em relação a março.
O
levantamento aponta que, a inadimplência no pagamento das taxas de condomínios
chegou a 26% em abril, contra 13% em março. Já a inadimplência no aluguéis de
imóveis para locação, em Salvador, passou de 16% em março, para 33% em abril,
causando um maior impacto nos imóveis comerciais.
Natália
Mascarenhas tem uma agência de consultoria e, sem conseguir trabalhar, teve que
renegociar o aluguel e o condomínio do imóvel comercial. No entanto, no apartamento
onde morava, não teve negociação. Mesmo grávida, teve que se mudar para outro
que pudesse pagar.
Os
efeitos da pandemia da Covid-19 estão sendo vistos em todos os setores e trouxe
a queda dos rendimentos. O atraso no pagamento pode comprometer o pagamento de
funcionários, água, luz, segurança e limpeza.
"Nunca
tinha atingido níveis tão altos, foi realmente um pico histórico agora. A gente
comparando com os meses anteriores, ficou bem atípico", disse Carla
Arenani, coordenadora da Administração Predial e Negócios Imobiliários (APSA).
Por
um lado estão os moradores, que por causa das dificuldades financeiras, não
estão conseguindo fazer os pagamentos em dia. Por outro, os condomínios que
também têm despesas fixas com funcionários, manutenção de elevadores por
exemplo, contas de energia, gás, etc. Muitos também estão tendo que renegociar
para poderem pagar as contas.
"O
momento é de reforçar, inclusive, a higienização de elevadores, de áreas
sociais. Ou seja, nós precisamos de pessoas trabalhando, não tem nem como
diminuir a quantidade de serviços gerais ou de porteiros, que geralmente já é
uma folha muito enxuta, mas também a gente precisa entender um pouco e
flexibilizar de alguma forma a negociação", contou o síndico Rildo
Oliveira.
Enquanto
a pandemia não chega ao fim, o jeito é buscar formas de renegociação, como
explica advogada especialista em direito imobiliário, Rita Martins.
"Nós
aconselhamos, antes de tudo, o diálogo. Hoje, mais do que nunca, a mediação vai
ser uma coisa extremamente importante, onde as relações vão ter que lançar mão
disso", explicou Rita.
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