"Hoje, tudo está nos celulares: documentos, dados bancários, informações de cartões de crédito", afirma Cordeiro. "Por isso, os roubos de aparelhos estão batendo recordes, sobretudo nas grandes cidades", acrescenta. O executivo lembra que, diante dos altos volumes de recursos roubados, o PCC e o Comando Vermelho estão arregimentando um grupo cada vez maior de criminosos. "Eles atuam em todas as frentes. Não só roubando celulares, mas enviando mensagens maliciosas, os phishing. E muita gente cai como peixe na rede", detalha. Os golpes se estendem às empresas, que estão tendo os dados sequestrados, muitas vezes, por falhas nos sistemas de segurança.
O diretor da Tempest ressalta que, por temerem o roubo de dados, muitas pessoas estão optando por ter dois celulares. Um, com as informações financeiras, fica em casa. O outro, com dados básicos, vai para as ruas. Se furtado, não causa tantos transtornos. Ele acrescenta, ainda, que, muita gente não se preocupa em usar mecanismos de proteção nos celulares, o que torna as pessoas mais vulneráveis às ações dos bandidos. "De posse de informações confidenciais, os criminosos conseguem descobrir o padrão de consumo das vítimas, que ficam mais expostas à violência", complementa. Portanto, diz ele, todo cuidado é pouco.
Dados mais recentes de crimes cibernéticos mostram que o Brasil aparece no ranking dos cinco países com mais fraudes digitais. O levantamento está Fraud & Abuse Report, da Arkose Labs, empresa norte-americana especializada em segurança da informação. A lista inclui Estados Unidos, Rússia, Indonésia, Filipinas e Reino Unido. No Brasil, 89% dos crimes são no mundo virtual e 11%, ações manuais. Em 2017, o país registrava uma tentativa de fraude a cada 16 segundos, conforme relatório do Serasa Experian. Já entre 2019 e 2020, houve um aumento recorde de 308,2% no volume de phishing — como especialistas chamam o crime de enganar as pessoas para que compartilhem informações confidenciais como senhas e número de cartões de crédito —, de acordo com dados da Axur.
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