Cidades do sul da Bahia como Mucuri e Nova Viçosa precisaram adotar medidas preventivas por conta da tempestade tropical que se aproxima da região e da costa do estado do Espírito Santo. A previsão é de que os efeitos da tempestade sejam sentidos pela população até terça-feira (26).
Segundo informou o superintendente da Defesa Civil da Bahia, Paulo Sérgio Luz, nesta segunda-feira (25), a tempestade perdeu força e já se afasta das cidades do sul da Bahia.
"A boa notícia é que a tempestade se encontra na direção do município de Conceição da Barra [cidade no Espírito Santo], a cerca de 200 km da cidade de Mucuri. A previsão é que ela se dissipe amanhã. Hoje ainda é o dia mais intenso dela. O risco são as ondas que podem chegar a 2,5 metros. São ondas consideradas muito altas para essas cidades", explicou.
Ainda que a tempestade tenha perdido força, as aulas foram suspensas nas escolas de Mucuri e Nova Viçosa. Além disso, a energia dos postes de iluminação pública foi cortada para que, em caso de queda de fios, não ocorram curtos-circuitos.
A Marinha do Brasil já tinha anunciado que o ciclone marítimo previsto para a região sul da Bahia no último final de semana foi reclassificado para tempestade tropical.
Imagem mostra tempestade tropical próxima à costa brasileira — Foto: Rodrigo Cunha/Arte G1/Climatempo
Conforme a Marinha, a depressão tropical que se formou no litoral sul do estado apresentou, por volta das 9h de domingo (24), intensidade dos ventos de 65 km/h (35 nós) e foi reclassificada como tempestade tropical "Iba". O previsto, inicialmente, era que o ciclone atingisse ventos de até 89 km/h no sul e baixo sul baiano.
"Nos preocupamos mais com os municípios de Nova viçosa e Mucuri, por conta da erosão costeira. Esses municípios vêm sendo afetados nos últimos 20 anos [pela erosão]. Mucuri já perdeu nove ruas e duas praças. De quinta-feira [21] até hoje, já se perdeu quatro a cinco metros de faixa de praia. Qualquer anormalidade, aumento na velocidade do vento, representa risco grande", explicou o superintendente da Defesa Civil.
Paulo Sérgio aproveitou para chamar atenção da população sobre os riscos da tempestade. "Pedimos que a população evite, caso os ventos acelerem hoje, ficar debaixo de árvores, próximo a muros e postes. Procure ficar em suas casas, feche as portas, janelas", alertou.
O fenômeno natural é monitorado pela Marinha por meio do Centro de Hidrografia (CHM) e em colaboração com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE).
Chuva em Salvador
Pedestres andam no meio da água em região alagada na Avenida ACM
O céu nublado e as pancadas de chuva predominam em Salvador desde a última quinta-feira (21). Os efeitos da chuva foram sentidos pela população, principalmente na noite da última sexta-feira (22) e manhã desta segunda-feira (25).
Nesta manhã desta segunda, a avenida ACM ficou alagada na altura do Hospital Tereza Lisieux. Não há registro de feridos. Por conta do acúmulo de água, veículos e pedestres ficaram ilhados na avenida. Foi preciso ajuda do Corpo de Bombeiros para a retirada dos passageiros dos ônibus e ocupantes dos veículos de passeio.
A meteorologista Cláudia Valéria, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explicou que a chuva que caiu na capital baiana não é a tempestade tropical, mas que o fenômeno natural influencia nas chuvas.
"Diretamente essa tempestade não tem relação com a chuva. É preciso destacar que a tempestade não está em Salvador, ela deve atuar mais no sul do estado, mas por ela [a tempestade] ser um sistema de baixa pressão intenso, favorece a convergência de umidade que provoca a chuva", explicou.
Ainda segundo Valéria, entre 0h e 8h desta segunda-feira, choveu 38,6mm.
Avenida ACM ficou alagada durante chuva forte em Salvador — Foto: Alberto Luciano/TV Bahia
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