A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu o dono de uma agência de veículos, na Cidade do Automóvel, que fechou as portas da noite para o dia e simplesmente desapareceu com cerca de 200 carros que ficavam expostos nos pátios. O empresário Jorge Torres Rodrigues, proprietário da revendedora Torres Multimarcas, teria faturado R$ 2,5 milhões com o sumiço dos veículos.
Investigações da 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) apontaram que o “Mágico dos Carros” e quatro comparsas — todos presos preventivamente — integram um grupo criminoso que atuava principalmente na Cidade do Automóvel e em Santa Maria. A operação foi deflagrada após uma série de apurações revelar que o bando havia deixado mais de 70 vítimas no prejuízo. Os criminosos estavam escondidos no Piauí, em Goiás e no DF.
Jorge estava escondido na cidade de Inhuma, um pequeno município piauiense com cerca de 15 mil habitantes. Além das prisões, a Operação Conexão Babilônia cumpriu cinco mandados de busca pessoal. Durante a ação policial, foram apreendidos seis veículos em posse dos líderes do grupo que pertenciam às vítimas. Os carros estavam prestes a serem revendidos a terceiros, numa tentativa de encobrir os rastros dos crimes.
Veja imagens da operação que resultou na prisão do “Mágico dos Carros”:
Bens bloqueados
A Polícia Civil obteve, ainda, ordem judicial que determinou a indisponibilidade dos bens e o bloqueio judicial das contas bancárias de todos os investigados, totalizando o montante de R$ 2,5 milhões. “Esta medida visa garantir a reparação financeira às vítimas e impedir que o grupo criminoso utilize os recursos obtidos de forma ilícita”, explicou o delegado responsável pela investigação, Rodrigo Carbone.
O delegado ressaltou que as investigações têm por objetivo garantir a reparação dos respectivos danos sofridos pelas vítimas. “Queremos que seja reestabelecida a ordem econômica local e a credibilidade do mercado automobilístico em relação aos empresários que atuam corretamente”, afirmou.
O caso
Dezenas de vítimas que haviam deixado veículos sob consignação não viram a cor do dinheiro e não fazem ideia de onde estão os automóveis. Com fachada imponente e ostentando duas lojas — a outra filial ficava em Santa Maria —, a revendedora Torres Multimarcas também estava presente nas redes sociais e transparecia ser uma empresa forte e de sucesso.
Alguns clientes que apostavam nas promessas de vendas rápidas chegaram a colocar cinco veículos, simultaneamente, para serem revendidos. Nenhum deles foi recuperado ou pago. Após fechar as duas lojas de forma inesperada, deixando funcionários e clientes no prejuízo, Jorge Torres fugiu do DF.
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