Os professores universitários Fabiano de Oliveira Fortes, 46 anos, e Felipe Turchetto, 35, assassinados durante assalto a um hotel na cidade de Mato Castelhano (RS), foram defidos por alunos e colegas de trabalho como dedicados ao ensino e à pesquisa. Os educadores acompanhavam um grupo de 15 estudantes de engenharia florestal, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em uma visita de campo.
Ambos eram doutores em engenharia florestal e costumavam fazer viagens com alunos à Floresta Nacional de Passo Fundo, em Mato Castelhano (RS), com o objetivo de aprofundar os estudos práticos.
Ao GZH, um dos estudantes, que preferiu não se identificar, relembrou Felipe em sala de aula. “Era um cara muito gente boa, didática perfeita, ensinava muito bem qualquer coisa que fosse. Extraclasse também, saía com a turma dele, fazia churrasco com o pessoal do laboratório”, contou.
Colega de trabalho dos docentes, professor Jorge Antônio de Farias se disse incapaz de definir a imensidão da tragédia que resultou na morte de “duas pessoas sensacionais”. “É uma tristeza sem tamanho, não tem adjetivos que possam resumir o que estamos sentindo. A sala do professor Fabiano eu chamava de Diretor Acadêmico, devido à frequência que os alunos procuravam ele”, destacou.
Fabiano era professor da UFSM havia 16 anos. Felipe havia sido transferido para o campus no início deste ano. Ambos os educadores foram estudantes de graduação e pós-graduação na Universidade Federal de Santa Maria.
Eles ainda faziam parte do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RS (Crea). A entidade emitiu uma nota na qual “registram imenso pesar pelo falecimento dos seus conselheiros.” Fabiano estava em seu segundo mandato como conselheiro da Câmara Especializada de Engenharia Florestal (Ceef), enquanto Felipe atuava no segundo mandato como conselheiro suplente de Fabiano, na Ceef.
A Sociedade Santamariense dos Engenheiros Florestais (Sosef) emitiu uma nota de pesar em homenagem a Fabiano e Felipe. “Além de grandes professores, eram grandes amigos e uma inspiração para os alunos”, ressalta o comunicado.
O Sindicato dos Professores da UFSM também manifestou solidariedade: “Deixamos aqui, diretoria e funcionários (as) da Sedufsm, nosso abraço fraternal a todos os familiares”, registra a nota. A universidade declarou luto de um dia.
O caso
Segundo a Polícia Militar do Rio Grande do Sul (PMRS), dois assaltantes, que estavam hospedados no mesmo hotel que os professores universitários e os alunos, renderam hóspedes, funcionários e a proprietária do estabelecimento, por volta das 3h.
Todos foram amarrados e colocados em um cômodo, enquanto a dona do hotel foi levada para uma sala separada. Os criminosos ordenaram que ela fizesse transferências via Pix. Fortes e Turchetto teriam chegado no hotel nesse momento e acabaram baleados.
Os assaltantes conseguiram fugir e ainda não foram encontrados pela polícia. A Brigada Militar e Polícia Civil continuam as buscas pelos suspeitos.
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