O Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP) abriu um processo disciplinar contra o corretor Gustavo Nery Rocha e a empresa dele, a imobiliária Midrah Investimentos, para apurar a conduta do CEO na venda de moradias sociais para investidores na capital paulista. Caso seja condenado, o empresário pode ter a inscrição no conselho cancelada, ficando impedido de exercer a profissão.Em vídeos publicados na internet, o corretor admite que tem comprado habitações de interesse social (HIS), vendidas a preços mais baratos no mercado por serem destinadas a pessoas com renda familiar baixa, para potencializar seus lucros fazendo o chamado aluguel de curta duração – AirBnb. Ele orienta seus clientes a adotar esse mesmo tipo de estratégia.
“Quer dizer que comprar R2V [apartamento padrão] é ruim? Na minha estratégia é. A não ser que seja no mesmo preço do HIS, que seja competitivo. Eu não vou pagar 30% mais caro em uma unidade só por causa de um nome no contrato da unidade. Esse risco eu topo correr. Por 30% de prêmio, eu topo correr”, diz ele em um dos vídeos.
A prática de usar moradias sociais para AirBnb é proibida pela Prefeitura de São Paulo.
Os vídeos de Gustavo foram revelados pelo vereador Nabil Bonduki (PT), no dia 4 de novembro, durante o depoimento do corretor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de São Paulo que investiga as fraudes nas vendas de moradias sociais na capital paulista.
A informação de que os processos disciplinares foram abertos pelo Creci-SP foi anunciada pelo presidente da CPI, Rubinho Nunes (União), na sessão desta terça-feira (25/11).
Em nota ao Metrópoles, o Creci-SP disse que os processos ainda estão na fase inicial e que tanto Gustavo quanto a Midrah terão oportunidade de apresentar defesa.
O Metrópoles enviou um e-mail para a Midrah Investimentos solicitando uma posição sobre o caso, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
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