O consumidor brasileiro já vai começar 2015 pagando uma conta de luz mais cara. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou nesta sexta-feira, 26, que as chamadas bandeiras tarifárias para janeiro serão classificadas como vermelhas em todas as regiões do País, indicando que o custo da energia está em seu nível mais alto. Assim, cada conta de luz terá um adicional de R$ 3 por cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
As empresas distribuidoras devem arrecadar até R$ 800 milhões a mais já no próximo mês. Uma conta de R$ 65,20 subiria para R$ 67,65 em caso de adoção da bandeira amarela e para R$ 70,09 no caso da bandeira vermelha. Isso porque o consumo médio do brasileiro é de 163 kWh por residência, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e a tarifa média do consumidor residencial, de acordo com a Aneel, é de R$ 400 por megawatt-hora (Mwh).
Os valores parecem pouco significativos individualmente. Mas, considerando o universo de 74 milhões de unidades consumidoras no País, em um mês de bandeira amarela, as empresas vão arrecadar R$ 400 milhões a mais em todo o Brasil, valor que chegará a R$ 800 milhões em um mês de bandeira vermelha. Ainda que esse não tenha sido o objetivo original do sistema de bandeiras tarifárias, a entrada em vigor da medida ajudará as distribuidoras a fechar suas contas.
O buraco financeiro das companhias - que receberam R$ 10,5 bilhões do Tesouro e ainda contraíram empréstimos de R$ 17,8 bilhões em 2014 - ocorre porque o alto custo da energia precisa ser pago por elas todos os meses, mas essa despesa só é repassada para as contas de luz no momento do reajuste tarifário anual de cada distribuidora. A bandeira vermelha em todo o Brasil - à exceção de Amazonas, Roraima e Amapá, que não são interligados ao sistema nacional - já era esperada pelo setor para o começo do ano, uma vez que os reservatórios das usinas hidrelétricas ainda estão longe do nível ideal e o sistema elétrico continua dependente da energia térmica, mais cara. Sem contar a bandeira amarela para a Região Sul em julho deste ano, todas as “bandeiradas” no Brasil ficaram vermelhas desde fevereiro de 2014, significando que o custo da eletricidade permaneceu em seu patamar mais elevado durante todo o ano. CORREIO DA BAHIA
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