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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Chocolate: uma revolução simbólica e econômica

Belém. Depois de fazer o mundo conhecer o tucupi e o jambu ou, ainda, as frutas tropicais como o açaí e o cupuaçu, o Pará está perto de ter seu nome associado aos sabores mais finos do chocolate. Afinal, ao contrário do que se pensava, o cacaueiro não é originário da América Central. Ele é nativo da Amazônia, região que oferece uma variedade de plantas cacaueiras, muitas ainda desconhecidas.
Bahia. Mas, se o cacau é originário da Amazônia, o que explica o fato de os baianos ocuparem tamanha proporção na produção da planta? Segundo Lessa, uma das questões é a própria geografia. “Os biomas do Pará ficam muito distantes um dos outros e, também por isso, são muito distintos, o que traz algumas dificuldades de acesso e transporte. Mas isso não é um grande complicador porque algumas adaptações já estão sendo feitas, como, por exemplo, a criação de formas mais específicas de armazenamento das amêndoas. O que torna o caso da Bahia mais específico é que as regiões de produção ficam mais concentradas, e isso facilita a disseminação da cultura do cacau”, afirma.
As áreas de produção cacaueira do Pará se distanciam de Belém e se desenvolvem ao longo da rodovia Transamazônica, em cidades como Altamira – o maior município produtor de cacau do país. Mas, para que essa produção se torne maior em termos quantitativos e qualitativos, alguns esforços são necessários como, por exemplo, a construção de indústrias de moagem. “Hoje, o cacau paraense é comprado e levado para a Bahia para ser moído e transformado em pó ou em manteiga. Mas essa situação já aponta para novas possibilidades, como a atração de investimentos para a construção de um parque de moageiras”, diz Lessa. Ele lembra que é preciso também desenvolver a instalação de pequenas unidades para a produção de chocolates.
 Números que falam Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau e Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o consumo do chocolate premium, de maior concentração de cacau, representa apenas 8% do que é produzido no país, número que cresceu 20% nos últimos cinco anos.    Marcos Lessa, idealizador do Festival Internacional do Chocolate e Cacau Amazônia, explica que todo esse incentivo ao cacau se deve principalmente à desconstrução do mito de que o brasileiro não gosta e não produz chocolates finos. “Chegamos à conclusão de que a produção de chocolates no Brasil foi mal assimilada por um tempo. A grande indústria sempre explorou a imagem do chocolate ao leite, com percentual reduzido de cacau,
iG Minas Gerais | Joyce Athiê 

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