Enquanto era presidido pelo oncologista Nelson Teich, o grupo Clínicas Oncológicas Integradas foi autorizado a captar quase R$ 2 milhões pelo Ministério da Saúde durante a gestão Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016. A CNN levantou que Teich celebrou convênios com o Ministério da Saúde para o desenvolvimento de pesquisas para prevenção e combate ao câncer.
Teich foi nomeado ministro da Saúde ontem no lugar de Luiz Henrique Mandetta. É o segundo a ocupar o cargo durante o governo Jair Bolsonaro.
Os projetos aprovados estavam dentro do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon). A pasta à época era comandada pelos ministros Arthur Chioro e Marcelo Castro.
Este programa do governo federal funciona como a Lei Rouanet para a cultura. O Ministério da Saúde seleciona instituições que podem captar recursos de empresas e pessoas físicas que, em contrapartida, deixam de pagar parte do Imposto de Renda à União.
Em 2015, a empresa do novo ministro da Saúde foi autorizada a captar R$ 681,9 mil para analisar a progressão de pacientes com câncer de pulmão em sua clínica; em 2016, o Ministério da Saúde autorizou a captação de R$ 1,2 milhão para a criação de um "biobanco" do Instituto, com a reunião do material de biópsias feitas na clínica. Foi o próprio Nelson Teich quem assinou os termos de compromisso de sua empresa com o Ministério da Saúde.
De acordo com a legislação, as empresas tem que prestar contas de quanto conseguem arrecadar e de como o dinheiro é gasto. O primeiro projeto teve suas contas aprovadas apenas 5 anos depois de ter a captação autorizada, em uma portaria assinada em fevereiro deste ano pelo então secretário-executivo da Saúde, João Gabbardo Reis. O segundo projeto ainda não teve as contas aprovadas.
A empresa que foi comandada por Teich até 2018 também tentou captar recursos junto ao Ministério da Saúde em 2014, mas o processo foi indeferido.
Recém-nomeado, o oncologista já foi sócio por uma década do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da gestão Luiz Henrique Mandetta, o professor da Uerj Denizar Vianna.
CNN BRASIL
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