Segundo previsão feita pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, a infecção pela doença
deve disparar neste mês e continuar crescendo até junho,
quando essa curva deve começar a desacelerar. O secretário-executivo da pasta,
João Gabbardo, também previu que o país terá "dias
difíceis" em abril.
Mas determinar de forma exata quando a pandemia atingirá o ápice no país
não é tão fácil, afirmam especialistas ouvidos pelo G1. Isso ocorre por vários fatores.
Um deles é a demora para os resultados dos
testes. Só o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, tem 16 mil amostras na fila de
análise para Covid.
"Na hora que o exame é colocado na linha do tempo, ele precisa ser
colocado na data que foi coletado", explica o epidemiologista Paulo
Lotufo, da Faculdade de Medicina da USP. Caso
contrário, explica o professor, pode se ter a falsa impressão de que um grande
número de casos novos ocorreu em um dia quando, na verdade, os resultados se
referem a exames que estavam aguardando há mais tempo, 10 ou 15 dias, na fila.
Essa demora nos testes faz com que a "decolagem" dos números ainda
não tenha sido percebida, explica o físico Vitor Sudbrack, do Instituto de
Física Teórica da Unesp,
apesar de o Brasil viver, hoje, a fase de crescimento exponencial da
Covid-19, representado pelo crescimento vertiginoso do número de novos casos de
infecção. (Entenda mais aqui).
E os testes não são os únicos que demoram: as notificações de óbitos por
Covid-19 e de internações também estão levando tempo para serem computadas.
Dados da Fiocruz divulgados
na quarta (1º) apontaram uma queda no ritmo de crescimento
de internações por problemas respiratórios no Brasil. Mas o
cientista Marcelo Gomes, que coordena a pesquisa da fundação, explica que, pela
demora em colocar essas informações nos bancos de dados ao redor do país, só se
poderá ter uma melhor noção dessa queda na semana que vem.
BEM ESTAR
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