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terça-feira, 27 de julho de 2021

Procurador da Infraero é preso após atirar contra cunhado e atingir a própria mãe

 

 (crédito: PMDF/Divulgação)
O procurador da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) Henrique Celso Gonçalves teve a prisão em flagrante convertida em preventiva nesta segunda-feira (26/7). O servidor público brigou com o cunhado na noite de sábado (24/7) e, após agressões, buscou uma arma que ficava guardada na residência e atirou cerca de quatro vezes contra o familiar. No entanto, um dos disparos atingiu o braço da própria mãe de Henrique.

A mulher foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e liberada no dia seguinte, após receber o medicamento prescrito pelo médico. O caso aconteceu no Lago Sul.

De acordo com o boletim de ocorrência, registrado na 1ª Delegacia de Polícia (DP) da Asa Sul, o procurador teria bebido durante o dia e, em determinado momento,  agrediu a esposa e a própria irmã. O cunhado de Henrique, que estava no local, quis defendê-las e se envolveu em uma briga com o servidor. Os dois homens foram separados por um amigo da família que estava no endereço.

Nesse momento, Henrique teria entrado para buscar um revólver 38, que usou para efetuar os disparos. Para se proteger, os familiares que estavam no local ficaram escondidos em uma suíte até a chegada da Polícia Militar do DF (PMDF). O servidor público entrou, então, em outro quarto da casa e afirmou que se mataria.

Ao chegar ao local, uma equipe do Grupamento Tático Operacional (GTOP) negociou com o procurador sua rendição. Em buscas pela casa, os militares também apreenderam dez armas de fogo, duas facas e munições de diversos calibres (leia abaixo). Segundo as informações apuradas pelo Correio, as armas eram do pai de Henrique, um militar que já morreu.

Prisão preventiva

Após analisar o caso, a juíza substituta Viviane Kazmierczak converteu a prisão em flagrante em preventiva. Segundo analisou a magistrada, devido ao número de armamentos encontrados na casa e as agressões físicas contra a esposa e a irmã do servidor, “a conversão da prisão em flagrante em preventiva é medida imperiosa a fim de acautelar a segurança da vítima, bem como garantir a ordem pública”, pontuou.

O outro lado

Em entrevista ao Correio, o advogado Karlos Eduardo de Souza Mares, que representa o procurador, disse que o servidor público agiu em legítima defesa. “Ele imaginou que o cunhado estava armado e por isso foi para o local em que guardava as armas. Por pensar que o cunhado atiraria contra ele, decidiu agir para se defender”, explica. Sobre a briga entre o procurador e a esposa, Karlos afirma que não houve agressão física.

“O casal estava passando por uma fase conturbada da relação, houve uma discussão e exaltação de ânimos, mas ele não chegou a agredi-la. Ao contrário, ele foi vítima de agressões por parte das pessoas que lá estavam presentes, tanto que foi constatado no laudo do IML (Instituto Médico Legal) diversas marcas de golpes no corpo do nosso cliente”, explica.

A defesa do procurador informou que entrou com um habeas corpus pedindo pela soltura de Henrique e aguarda decisão do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). Karlos considera que as medidas cautelares são suficientes. “O afastamento do lar e medidas de distanciamento se mostram eficazes, segundo o nosso entendimento. Até porque ele é réu primário, piloto comercial e tem uma moradia fixa. Esses fatos são positivos para a análise do caso”, informa.

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