Laiane Cruz
Utilizado como uma alternativa ao uso do cigarro convencional, o cigarro eletrônico tem ganhado cada vez mais espaço entre aqueles que planejam parar de fumar ou que simplesmente aderiram à moda do dispositivo, principalmente os jovens. O equipamento pode ser encontrado para venda na internet ou em lojas do comércio de maneira ilegal.
A utilização e venda dos cigarros eletrônicos no Brasil ainda não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), algo que pode mudar em breve, uma vez que há discussões dentro do órgão sobre sua possível liberação. Por outro lado, os efeitos causados pelas substâncias inaladas através deles também preocupam especialistas da área da saúde.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
O médico pneumologista Adelmo Reis, que atua em Feira de Santana, esclareceu em entrevista ao Acorda Cidade, sobre os riscos trazidos pelo uso do cigarro eletrônico, que é um vaporizador, porque funciona à base de bateria de lítio, no qual se colocam algumas substâncias químicas.
“É utilizado um líquido no qual colocam-se aromatizantes. Existe uma substância chamada propilenoglicol e algumas substâncias oleosas ao acréscimo de nicotina. O que na verdade não existe, enquanto na inalação do cigarro eletrônico, é o alcatrão e o monóxido de carbono, mas as demais substâncias o indivíduo pode adicionar, como a nicotina”, explicou.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Ele destacou que desde 2009 a Anvisa baixou uma portaria proibindo a comercialização desse produto, que traz danos à saúde dos pulmões.
“Hoje em dia já existe uma doença, uma síndrome respiratória aguda chamada Evali, é uma doença causada pelo cigarro eletrônico, é um dano pulmonar.Evali, na verdade, representa uma sigla em inglês que significa injúria pulmonar causada por esses vaporizadores. Nele há um número enorme de substâncias, em que várias cancerígenas, como monóxido de carbono. E nesse cigarro você coloca algumas substâncias que já são conhecidas, mas que são danosas também para o pulmão”, explicou.
Os dados, conforme Adelmo Leite, podem ser irreversíveis. “A Evali, que é um injúria pulmonar aguda causada por esses vaporizadores, é um processo inflamatório agudo pulmonar, é como se fosse uma pneumonia ou pneumonite química. E que pode trazer danos, levar posteriormente à fibrose pulmonar, com sérias limitações funcionais para o indivíduo”, alertou o pneumologista.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Diante de tantos riscos que o cigarro eletrônico pode trazer aos seus usuários, assim como o cigarro convencional, o médico orienta abandonar a sua utilização.
“Na verdade é não utilizar, até porque essa questão de que não está fumando um cigarro convencional para usar o inalador, na verdade a dependência contínua, porque se utiliza nesse produto as substâncias, como a nicotina, que é substância determinante da dependência ao tabaco. Todos os dois são danosos, não tem como um ser menos danoso ou mais danoso, todos os dois são de risco grande para a parte pulmonar e cardiovascular”, disse.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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