Com a carga já espalhada pela cidade, o foco da Polícia Civil na investigação do roubo de uma carreta que transportava camisas oficiais do Flamengo não é recuperar o material, mas identificar os autores do crime e receptadores. É o que informa Alan Duarte, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), que investiga o caso. Segundo o delegado, o chefe da comunidade Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, para onde os produtos foram levados, será indiciado por roubo.
— Ele irá responder pelo crime de roubo, porque, para nós, fica muito claro que ele é o autor intelectual; é partícipe, na medida em que autorizou esse transbordo para a comunidade — explica Duarte. — Mas a carga não ficou só no Jardim Gramacho, foi toda pulverizada. Há informações de que uma parte tenha ido, por exemplo, para a feirinha da Pavuna. Realizamos uma diligência para recuperar a carga, mas não conseguimos, até porque é uma carga que não é rastreável, não são equipamentos eletrônicos; então, acabamos tendo um pouco mais de dificuldade.
Avaliada em R$ 1,6 milhão, a carga transportada era híbrida, incluindo camisas oficias do Flamengo (masculinas, femininas e infantis), casacos do clube, bolas de futebol, além de materiais de empresas que não faziam referência ao esporte ou ao clube carioca, como a Fame, que comercializa produtos como torneiras, chuveiros e purificadores de ar.
— São produtos com muita liquidez; que podem ser distribuídos de forma muito rápida pelos criminosos. Por isso, além de identificar os criminosos, o importante para a Polícia Civil agora é chegar aos receptadores, porque são pessoas que fomentam o roubo de carga. Quando desmotivamos as pessoas a receptarem, quem rouba não tem para quem vender — afirma o delegado. — Estamos reunindo todo o material postado em redes sociais divulgando esses produtos, por exemplo, e os responsáveis serão indiciados por receptação qualificada.
Roubo aconteceu na Rodovia Washington Luís
O assalto ocorreu por volta das 15h20, nesta quarta-feira (24) na Rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Até agora, nenhum material roubado foi recuperado. De acordo com a polícia, a carreta, que vinha de Guarulhos, São Paulo, passou pelo Arco Metropolitano e foi interceptada por um carro preto na pista sentido Rio da Washington Luís, no trecho entre Campos Elíseos e o Bairro Vila São Luís. Armado, um dos bandidos invadiu a cabine do veículo de carga. Ele obrigou o motorista a dirigir até o Bairro Jardim Gramacho, área onde durante anos funcionou um aterro sanitário.
Ao chegar próximo à entrada da comunidade, a carreta foi bloqueada por um mecanismo eletrônico. Os bandidos usaram um outro caminhão, que passou a bater contra a parte traseira do veículo roubado, até ele ser empurrado para uma favela do local. Lá, a carga foi retirada e transportada para outros pontos controlados por uma facção criminosa.
O motorista foi liberado pouco depois do roubo. A Polícia Militar informou ter recuperado a carreta, nesta quinta-feira, no Bairro de Nova Campina. A carga, no entanto, não foi recuperada.
Fornecedora do material esportivo usado pelo Flamengo , a Adidas foi procurada pra falar sobre a carga roubada, mas preferiu não comentar o assunto. Também procurado, o Flamengo não se pronunciou sobre o caso até o momento.
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