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sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Alerta máximo em Maceió: Defesa Civil prevê cratera de até 300 metros

Foto colorida de áreas atingidas Maceio por afundamento do solo

Maceió, capital alagoense, está em alerta máximo após a iminência de colapso do bairro do Mutange. A previsão era que o solo se abrisse no começo da manhã desta sexta-feira (1º/12), o que não ocorreu, mas isso é questão de tempo, segundo técnicos. Moradores tiveram de deixar suas casas por decisão judicial e até um hospital foi evacuado.

Nas últimas 48 horas foi registrado um afundamento de 1 metro e 6 centímetros do solo. Antes, esse afundamento era de 50 cm por dia. O aumento de 3 cm para cada 24 horas foi considerado uma aceleração da movimentação.

Defesa Civil de Alagoas calcula que o tamanho da cratera após o desabamento será de até 300 metros de diâmetro, que caberia o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. No momento do colapso, são previstos tremores de terra na região, mas isso não deve provocar estragos nas construções ao redor, segundo as autoridades.

Esse afundamento do solo é provocado por causa de uma das minas de sal-gema da indústria petroquímica Braskem. Elas criaram espécies de “ocos” no subterrâneo, que foram preenchidos com um líquido em vazamento. Esses túneis foram construídos desde 1994.

Colapso imediato

Por conta do risco imediato de colapso, houve a proibição da navegação na Lagoa Mundaú, mas não há risco de tsunami, conforme informou o tenente-coronel Moisés Melo, do Corpo de Bombeiros. Mas ele alerta sobre o afundamento: “É só questão de tempo”.

A Defesa Civil de Maceió mantém o alerta de rompimento da mina 18 desde a última quarta-feira (30/11). Uma das previsões era de que o desabamento fosse ocorrer às 23h de quinta. No entanto, um novo prazo foi estimado pela Defesa Civil de Maceió, apontando que a ruptura poderia ocorrer por volta das 6h da manhã desta sexta, o que não se confirmou.

Moradores tiveram de sair às pressas

Vários bairros da capital alagoana estão isolados devido aos danos ao subsolo causados pela mineração da Braskem, e uma região específica, no bairro do Mutange, se tornou um problema crítico esta semana. Imagens recebidas pelo Metrópoles mostram o momento em que moradores tiveram de deixar a área às pressas.

Veja imagens da evacuação forçada em Maceió:

Problema antigo

O problema em torno do afundamento na região em que estão localizadas 35 minas de sal-gema da Braskem veio à tona em março de 2018, quando um forte tremor atingiu a área. Reportagem especial do Metrópoles mostrou a tragédia provocada pela mineração no local.

O risco iminente de formação de crateras levou à saída emergencial de cerca de 55 mil pessoas da área. O problema, constatado por órgãos da esfera municipal, estadual e federal, se relaciona a minas de sal-gema da petroquímica Braskem exploradas no subsolo da área urbana da capital do estado.

O sal-gema é retirado de rochas a cerca de mil metros da superfície. Ele pode ser utilizado normalmente na cozinha, mas seu uso é importante em vários processos industriais, como, por exemplo, na produção de PVC e soda cáustica.

Como mostrou reportagem do Metrópoles, grandes quantidades de sal-gema foram encontradas no subsolo de Maceió na década de 1960, e, em 1976, a empresa Salgem — que passou ao comando da Braskem em 2002 — começou a cavar minas na região, com anuência das autoridades locais. A mineração na região só foi paralisada em março de 2019, após ter sido confirmada a relação com o afundamento.

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