COM A PALAVRA MARCOS SANDES SOUZA - VIA FACE
Termina setembro e com ele chega a greve dos Bancários. Como todo ano, são rodadas e rodadas de negociações, mas a ambição infinita por lucros dos banqueiros vai ao confronto direto com os interesses daqueles que viabilizam estes lucros, os trabalhadores. Então parar o trabalho é a única arma de pressão que lhes restam.
Porém nas informações incompletas, senão deturpadas, apresentada ao público por meio da mídia, há uma cortina que não se levanta devidamente: a situação do trabalhador, os iniquidades no trabalho. Elas estão lá, vivas, pulsantes: a razão de tudo, de todos os conflitos, o móvel da paralisação. Muitas vezes dilacerando direitos e adoecendo empregados. Quantos são humilhados, caem doentes, padecem de assédio, são submetidos a jornadas extenuantes e a salários indignos até que concluam ser a greve a única forma de se fazer ouvir? A greve é antes de tudo, um grito; um grito coletivo, um clamor do operário, muito longe de ser uma expressão de prazer ou de baderna. Ninguém fica satisfeito com greve alguma. Nem os próprios grevistas, nem sua família, nem seus amigos, nem eu, que ora desabafo e que também sofrerei as consequências da paralisação.
Antes do conteúdo midiático, há uma realidade trabalhista, que muitas vezes nem chega aos ouvidos da população, pois quando a greve eclode, a mídia logo se preocupa em deturpá-la.
Os conflitos não são apenas salariais. Muitos outros direitos são buscados, como a dignidade no tratamento, no respeito aos trabalhadores, na condição de trabalho, nos riscos ambientais, no serviço estafante, no combate aos assédios, na prevenção de acidentes. Afim, muitas greves são deflagradas para obrigar a empresa ao óbvio: cumprir a legislação trabalhista.
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Marcos Sandes Souza - ADVOGADO
Veja as imagens das agências de Ilhéus:
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