Onze mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Salvador, em Candeias e em Santo Amaro, nesta terça-feira (10), em operação de combate a uma quadrilha suspeita de sonegar R$ 4,8 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Foram apreendidos documentos fiscais, computadores, notebooks, celulares, além de vários carros de luxo, entre eles um Camaro amarelo, diversos relógios e bens pessoais.
Os "laranjas" trabalham como caseiros da família e já prestaram depoimento à polícia, afirma a Sefaz. "Quando você faz a investigação, entra em contato com os donos da empresa. Foi detectado que eles não tinham condições financeiras de ter uma empresa deste porte. Ele são caseiros. A empresa tem um movimento financeiro muito grande", relata Sheila Meireles, inspetora fazendária de investigação e pesquisa da SefazOs suspeitos são dois irmãos. Eles teriam aberto, em nome de dois "laranjas", uma empresa que comercializa refeições para indústrias, escritórios, escolas e hospitais na cidade de Candeias.
Aberta em 2008, o valor investigado da sonegação foi gerado em quatro anos de atividade da empresa, até 2011. A empresa permanece na ativa. No primeiro ano, o movimento financeiro foi de R$ 7 milhões, aumentando nos anos subsequentes, aponta a inspetora.
"Em 2009, R$ 10 milhões; em 2010, 12 milhões; em 2011, R$ 21 milhões. Eles [caseiros] não tinham noção do que estava ocorrendo", relata. Sheila Meireles explica que os bens pessoais dos irmãos foram bloqueados para garantir o débito com o Estado. Já os documentos retidos serão alvos de análise técnica por parte da Sefaz, que será usada no inquérito policial.
A operação foi promovida pela Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz) e pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP). A apuração, feita pela Sefaz, durou um ano. O objetivo é levantar indícios de ocorrência de fraude com as apreensões realizadas nesta terça.
Também participaram da operação a Procuradoria Geral do Estado e o Ministério Público Estadual (MPE), além de setores da Polícia Civil como a Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap).
De acordo com a Polícia Civil, os irmãos também são donos de uma empresa de locação de carros. Os bens dos empresários foram bloqueados.
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