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terça-feira, 22 de abril de 2014

Violência continua alta mesmo depois da greve; taxa de homicídios triplicou

Um cheiro insuportável exalava do necrotério e invadia o pátio externo do Instituto Médico-Legal (IML), na Avenida Centenário. Ao meio-dia de ontem, havia corpos lá dentro com mais de 48 horas de espera para serem liberados. 
Os 56 homicídios ocorridos em Salvador e Região Metropolitana (RMS) após a greve da Polícia Militar, somados aos 48 registrados naquele período, superlotaram o Nina Rodrigues, o que causou demora nas liberações e levou ainda mais sofrimento para quem queria enterrar seus mortos.
“O corpo do meu filho está em estado de decomposição. Botaram ele no chão porque não tem geladeira suficiente. A gente perde um ente querido dessa forma e ainda tem que passar por isso”. O relato é do policial reformado Jorge Teixeira dos Santos, pai de Rafael Silva dos Santos, 29, morto na noite de Sexta-feira da Paixão, no Alto da Terezinha, Subúrbio Ferroviário. 
Corpo de Rafael finalmente deixa o IML mais de 48 horas após morte(Foto: Almiro Lopes)
Às 15h de ontem, dois dias e 16 horas depois do assassinato, o corpo de Rafael foi finalmente sepultado no cemitério de Plataforma. “Primeiro, não tinha rabecão para pegar no hospital. Depois, essa demora aqui. Que sofrimento!”, lamentava o pai.
Os assassinatos de Rafael e  outras 55 pessoas nos três dias após o fim da greve mostram que os índices de violência seguem altos. A média de homicídios em Salvador e RMS, entre 1º de janeiro e 14 de abril, era de 5,67 mortes por dia.
Durante a paralisação (das 19h30 de terça-feira, dia 15, quando a greve foi decretada, até as 14h30 de quinta, quando a greve foi encerrada) chegou a 19,8 mortes diárias. Após  o fim do movimento, porém, permaneceu alta: 18,5  homicídios/dia). Ao todo, do início da greve até domingo foram 104 homicídios.
A sexta-feira, com 23 mortos, está muito à frente dos 10  da sexta até então mais violenta (7 de março). O fim de semana também foi o mais violento de 2014, com 21 homicídios entre sábado e domingo, superando o fim de semana de 22 e 23 de fevereiro, que registrou 20. 
Registros  
E estes números podem até ser piores. A Secretaria da Segurança Pública (SSP), por meio de sua assessoria, informou haver um “problema operacional de atualização do boletim” de homicídios que é divulgado diariamente no site do órgão.
A SSP não soube explicar o porquê do problema, mas assegurou que será resolvido – e o número correto de assassinatos será divulgado – ao longo desta semana.
O CORREIO apurou, só ontem, dois casos que não estão nas estatísticas oficiais. Por volta das 23h30 de sexta-feira, o servente Magno Almeida de Jesus, 24, implorou ao seu algoz: “Por favor, não me mata”, disse, de joelhos com as mãos para o alto, após ser atingido por dois tiros nas pernas e costas. 
Carro chega com mensagem de luto para sepultamento de Magno. Rapaz foi morto em Rio Sena. ‘Por favor, não me mate’, gritou. Foi inútil
(Foto: Almiro Lopes)
Em vez de misericórdia, mais quatro balas atingiram seu ombro e costas. Além dele, Valmir Jesus dos Santos, 24, também não conseguiu fugir dos  12 atiradores encapuzados que chegaram em um Celta, um Corsa e uma Saveiro, fecharam  a Rua Rio Nilo, em Rio Sena, também no Subúrbio e atiraram para matar no grupo de pessoas que lá se divertiam.
As duas vítimas não constam no sistema da SSP, apesar de terem sido periciados pelo DPT no Nina Rodrigues. O corpo de Magno só foi liberado e enterrado ontem, mais de 48 horas depois do crime – Valmir foi enterrado domingo.
Magno e Valmir eram amigos de infância e estavam perto de casa, com parentes e amigos tomando vinho e jogando sinuca em um bar que estava fechado. “Era clima de sexta-feira santa, família reunida, tinha criança, mulher, não era farra”, lembra a mãe da vítima, Claudenice Macedo de Almeida, 52, que entrou em casa para dormir minutos antes do ataque.
Rafael: crime em frente a bar. Valmir: morto junto com Magno
Já Ubiratã Oliveira da Silva, 30, bombeiro, viu tudo do alto. Ele estava na laje de sua casa quando viu seu irmão, Diego Oliveira Cerqueira, 24, também ser baleado: quatro tiros na perna e um no ombro. Ele conseguiu sobreviver, e está fora de risco, no Hospital do Subúrbio.
“Eles só deram tiros certeiros, sabiam segurar a arma, atirar”, disse um vizinho. Uma menina de 11 anos, acompanhada de uma criança de 5, chegou a ter uma arma apontada para sua cabeça. “Ele me xingou, mas não me matou porque eu tava com meu irmão”, disse a garota.
Minutos antes, no mesmo bairro, Rafael também bebia com amigos na frente de um bar quando os mesmos três carros com 12 homens encapuzados chegaram atirando.
“Eles saíram fazendo um arrastão pela Terezinha, Rio Sena e Ilha Amarela, atirando de dentro dos carros”, conta o pai de Rafael. A SSP registrou apenas um homicídio no Subúrbio, justamente na Ilha Amarela, na madrugada de sábado. A vítima foi Patrick Vinicius Pena Deodato da Silva, 18 anos. 
Rabecões
A demora no transporte dos corpos até o IML e a liberação após necropsia revoltou muita gente que só queria enterrar seus entes. Além da grande quantidade de corpos, funcionários que trabalham nos rabecões disseram aos parentes das vítimas que estão sem receber salários há dois meses. A família de Leonardo de Jesus, 19, morto às 18h de sexta-feira, deu plantão no Nina até as 13h de ontem, quando o corpo foi finalmente liberado.
“A gente não é cachorro para ser tratado assim. O pessoal diz que está sem receber e não tem como dar conta de tantos corpos, mas nós só queremos enterrar nosso sobrinho”, disse Cristiane de Jesus, tia de Leonardo.
CORREIO DA BAHIA

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