BOMBA - Camargo Corrêa cita novos executivos na Lava Jato

Se o presidente da Odebrecht ataca os delatores de “dedos duros”, a empreiteira Camargo Corrêa, através do seu acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), revelou ao órgão 18 novos nomes que supostamente estariam envolvidos em cartel para vencer as licitações da usina de Angra 3.

No texto a Camargo descreve em 130 páginas os detalhes dos encontros e acertos dos executivos. Na lista está o já conhecido dono da UTC, Ricardo Pessoa, além de executivos da Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Techint e EBE. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal irão investigar as informações apresentadas.

Confira a lista completa:

Flávio David Barra, CEO da Unidade de Energia da Andrade Gutierrez;
Gustavo Ribeiro de Andrade Botelho, Diretor Superintendente da Andrade Gutierrez;
Adolfo Aguiar Braid, Engenheiro e Gerente de Projeto da Odebrecht;
Fábio Andreani Gandolfo, Diretor Superintendente da Odebrecht;
Henrique Pessoa Mendes Neto, Diretor de Contrato da Odebrecht;
José Arnaldo Delgado, Engenheiro na Diretoria de Desenvolvimento e do Mercado de Energia da Queiroz Galvão;
Odon David de Souza Filho, Diretor da Queiroz Galvão;
Petrônio Braz Júnior, Diretor Presidente da Queiroz Galvão;
Arcy Motta de Paiva, Ex-Diretor da EBE;
Carlos Maurício de Paula Barros, Diretor Superintendente da EBE;
Paulo Massa Filho, Diretor Presidente da EBE;
Renato Ribeiro Abreu, Presidente do Conselho de Administração da EBE;
Gulherme Pires de Mello, Diretor da Techint;
Luis Guilherme de Sá, Diretor Comercial da Techint;
Ricardo Ourique Marques, Diretor Geral da Techint;
Antônio Carlos D’Agosto Miranda (“Cacá”), Diretor Superintendente da UTC;
Humberto Barra Neto, Líder Operacional de Contrato da UTC;
Ricardo Ribeiro Pessoa, Presidente (até janeiro de 2015) da UTC;

A Queiroz Galvão disse acreditar “na idoneidade de todos os seus executivos” e reafirmou “seu compromisso com a ética e a transparência”, negando “qualquer pagamento ilícito a agentes públicos para obtenção de contratos ou vantagens” e reiterou que “todas as suas atividades seguem rigorosamente à legislação vigente”.

Através da sua assessoria a Andrade Gutierrez informou que não irá se manifestar sobre o caso.

Já a EBE afirmou não ter “nenhum executivo envolvido neste processo que está sendo apurado” e negou ter realizado pagamentos a alguém. A construtora também reafirmou o interesse em cumprir o contrato para a construção da Angra 3. “A EBE montou sozinha a Usina Nuclear de Angra 1 e fez parte do consórcio de empresas que montou Angra 2. A empresa tem larga experiência no setor nuclear e continua com o objetivo de honrar o contrato assinado para Angra 3.”

A Techint Engenharia e Construção disse que “segue padrões internacionais de governança e observa estritamente a legislação brasileira.”

A Odebrecht disse que só irá se pronunciar sobre o caso após ter acesso aos documentos.

E a UTC afirmou que não irá se pronunciar sobre as acusações.