São Paulo — Uma adolescente de 15 anos é apontada pela polícia como a principal responsável por incentivar pela internet o autor do ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, a cometer o atentado que matou uma aluna e feriu duas na manhã da segunda-feira (23/10).
Segundo as investigações, a menina trocou mensagens com o estudante de 16 anos por meio da plataforma Discord, horas antes de ele entrar armado no colégio e matar a colega Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, com um tiro na nunca à queima-roupa. Ele usou a arma do pai, um revólver calibre 38, e foi apreendido.
Ela integra um grupo de jovens já identificado pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça que participava do servidor do Discord onde o autor do ataque compartilhou seu plano e foi incentivado e instruído a executá-lo por esses integrantes. A maioria é menor de idade e, até momento, nenhum dos identificados mora em São Paulo.
Conforme o Metrópoles revelou no último sábado (28/10), na véspera do ataque, o adolescente enviou fotos da sala de aula e das escadas do colégio e pediu ajuda para definir a melhor estratégia para praticar o atentado. Ele recebeu instruções dos membros do grupo do Discord e prometeu fazer uma transmissão ao vivo do ataque, o que acabou não ocorrendo.
De acordo com as investigações, a adolescente de 15 anos suspeita de incentivar o ataque é conhecida nas chamadas “panelas” de Discord, como são chamados os grupos fechados. Neles, são comuns sessões de automutilação, sacrifício de animais e tortura virtual, como mostrou o Metrópoles em maio.
O trabalho de identificação dos suspeitos esbarra nas ferramentas usadas para despistar a polícia. Boa parte dos membros do grupo usava VPN (rede privada virtual) para acessar as conversas com IP (protocolo de rede) de outros estados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário