O reajuste deve acompanhar os índices inflacionários. O cálculo para os preços de medicamentos é feito anualmente pela Cmed. Segundo dados do IBGE, os valores de alimentos (23,15%) e transportes (22,28%) subiram bem mais do que os remédios no biênio.
No ano passado, as medicações sofreram elevação abaixo da inflação: 6,17%, ante os 10,06% acumulados pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA). Em 2020, ano de início da pandemia de covid-19, a inflação nos produtos chegou a ser negativa (-2,28%). Em 2022, o IPCA em 10,89% deverá servir de referência à projeção mínima de reajuste.
De acordo com o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, "os medicamentos têm um dos mais previsíveis e estáveis comportamentos de preço da economia brasileira". Foram apontados pelo Sindicato outros fatores para a manutenção de preços, como os impostos embutidos no preço dos medicamentos. A carga tributária equivale a até 32% do valor final pago pelo consumidor.
Além disso, hipertensivos, medicamentos para diabetes e outros produtos para doenças de larga incidência oferecidos gratuitamente no Programa Aqui Tem Farmácia Popular são vendidos pelos fabricantes por valores de reembolso baixos, que não são reajustados há anos.
Em nota, a Sindusfarma afirmou que nenhuma empresa pode aumentar o preço máximo ao consumidor (PMC) de seus produtos sem autorização do governo. "Uma única vez a cada ano, os aumentos de custo de produção acumulados nos 12 meses anteriores podem ser incorporados ao preço máximo ao consumidor (PMC) dos medicamentos, a critério das empresas fabricantes, aplicando-se uma fórmula de cálculo criada pelo governo".
A unidade sindical destacou ainda que a cotação do dólar chegou a aumentar quase 40% no último biênio, enquanto custos com contratação de frete e seguros tiveram alta de 10% e gasto com embalagens, considerando a moeda norte-americana, 40%. No acumulado do ano passado e o anterior, a inflação geral somou 78,91%, ao passo que os preços de medicações variaram pouco menos de 56%, conforme o IPCA.
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