Cenário de um aumento vertiginoso nos homicídios de jovens na década passada, Natal (RN) ainda tenta entender as causas da violência em meio a sinais da ação de grupos de extermínio.
A taxa de homicídios de crianças e adolescentes (até 19 anos) na cidade subiu de 2,9 para 30,5 por 100 mil jovens entre 2000 e 2010 --salto de 952%, o maior no período entre as capitais.
Apesar da explosão de casos, a capital ainda é a décima onde mais se matam jovens no país --Maceió tem a maior taxa, 79,8.
Governo e Ministério Público investigam se quadrilhas de extermínio de jovens estão por trás dessas estatísticas.
Relatos de homens encapuzados em carros sem placa em busca de alvos predeterminados são recorrentes --para a Justiça, são indícios da ação desses grupos.
Autoridades apontam a falta de vagas para internação de jovens infratores como um dos propulsores da violência.
Por lei, mesmo após condenação, o adolescente deve ser liberado se não houver vagas no sistema socioeducativo.
Em fevereiro, havia apenas 75 adolescentes internados no Rio Grande do Norte, segundo a Promotoria. O poder público desconhece a dimensão do deficit de vagas.
Segundo o promotor Leonardo Nagashima, o problema se agravou após a recente interdição do maior centro de internação, em Parnamirim, na Grande Natal, por problemas de superlotação.
'BARBÁRIE'
O envolvimento com drogas, como usuário ou traficante, explica boa parte das mortes na periferia de Natal.
FOLHA DE SÃO PAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário