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Tribuna da Bahia - Como reflexo da crise econômica que atinge todo o país, 40 concessionárias já fecharam as portas na Bahia, resultando na demissão de seis mil trabalhadores. A queda de 20% nas vendas de veículos no estado desanima o setor, que tem expectativa de recuperação só para o ano de 2018.
Muitas concessionárias da capital baiana chegaram a reduzir o quadro de funcionários em 50%. E a situação deve piorar até o final do ano. De acordo com o presidente do Sindicato das Concessionárias e Distribuidores de Veículos do Estado da Bahia (Sincodiv-BA) e diretor da Regional Bahia da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Raimundo Valeriano, o segmento deve encerrar o ano com 80 concessionárias fechadas em todo o estado, resultando em um montante de 12 mil trabalhadores desempregados.
“É um resultado da situação crítica que o país atravessa, somada a falta de credibilidade no governo. Na verdade, não tem dinheiro no mercado. As pessoas não têm como comprar. Devemos fechar o ano com 20% de demissões no estado”, explicou.
Com o consumidor retraído, evitando encarar financiamentos em longo prazo, a expectativa para recuperação do setor está para além de 2016. De acordo com o presidente da Sindicov-BA, passar 2016 com o mesmo quadro de 2015 já será suficiente. “Nossa expectativa é de um crescimento, ainda assim moderado, só para 2018. Este ano devemos voltar a emplacar o mesmo que em 2005. Ou seja, regrediremos 10 anos. Então, fechar 2016 do mesmo jeito de 2015 é o que esperamos”, destacou.
De acordo com a federação que reúne as distribuidoras de autos no país, 492 concessionárias autorizadas no Brasil foram fechadas no primeiro semestre deste ano. Os dados da Fenabrave mostram que os emplacamentos de carros de passeio e comerciais leves recuaram 18,4% nos primeiros quatro meses deste ano, se comparado ao mesmo período do ano passado.
De acordo com o presidente da Federação nacional da Distribuição de Veículos Automotores, Alarico Assumpção, as concessionárias consideradas fechadas são aquelas que não faturaram nenhum veículo no primeiro semestre, mas que poderão reabrir no futuro.Ainda de acordo com ele, no primeiro semestre, outras 250 lojas foram abertas, gerando um saldo de 242 concessionárias que deixaram de operar – o equivalente a 3% das cerca de 7,9 mil empresas que o setor possui.
Em todo o país, as demissões podem chegar a 20 mil trabalhadores até o final do ano, o que corresponde a aproximadamente 3% dos 410 mil funcionários que o setor emprega atualmente. De janeiro a junho, as venda de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caíram 20,67%, comparado a 2014. A precisão da Fenabrave é de que os emplacamentos encerrem 2015 com queda de 23,87%.
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