Dois dias após anunciar a redução do limite de financiamento para imóveis usados de 80% para 50%, a Caixa Econômica Federal (CEF) suspendeu em todo o país essa mesma linha de crédito pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), operação que utiliza recursos da poupança. A informação é de uma fonte que presta serviços para o banco, que ainda ressaltou: mesmo os clientes com o crédito já aprovado podem não conseguir assinar os contratos a partir de hoje.
Fontes ligadas ao banco contaram à reportagem de O TEMPO que, ao tentar cadastrar um cliente no sistema da Caixa nessa linha de financiamento, a modalidade havia sumido. “A mensagem que aparece é a de que não existe reserva orçamentária para essa cota, ou seja, o banco está sem dinheiro”. Segundo ela, após entrar em contato com o banco para saber se existia algum problema técnico, uma alta funcionária da Caixa confirmou a retirada da linha de crédito do sistema, cujo acesso é restrito aos correspondentes. A justificativa para o corte seria a falta de recursos da poupança. “Com os boatos de que o governo preparava um confisco, o dinheiro sumiu”, contou uma outra funcionária. A ordem agora é avaliar a situação de cada agência para definir a sua capacidade de oferta de crédito. No caso de a meta já ter sido alcançada ou ultrapassada, mesmo financiamentos nas novas regras estarão suspensos. Os já autorizados, mas que não foram assinados, também correm o risco de serem cancelados ou terem seus limites ajustados. Até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa da Caixa não havia se pronunciado sobre o assunto.
As regras anunciadas na última segunda-feira (27) passariam a valer no próximo 4 de maio e, segundo alegou a Caixa, principal responsável pelo financiamento de imóveis do país, o foco deste ano será o financiamento de imóveis novos “com destaque para a habitação popular – operações do Minha Casa, Minha Vida e recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)”, que, até então, não sofreriam alteração.
Pelas novas regras, a cota de financiamento de imóveis usados passariam de 80% para 50% nas operações do Sistema Financeiro de Habitação, e de 70% para 40% para imóveis no Sistema Financeiro Imobiliário.
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