Em greve há 80 dias, os 16, dos 19 campi do IFBA-Instituto Federal de Educação da Bahia estão com o ano letivo praticamente perdido e pode comprometer a vida escolar de 27 mil alunos. Dos 1.200 professores, cerca de mil aderiram ao movimento e dos 900 técnicos administrativos, 700 também estão paralisados, inclusive os que atuam na Reitoria da instituição, conforme o coordenador geral do Sinasefe/Ba-Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica, Georges Souto Rocha.
Afora a demanda salarial, que envolve a reivindicação de reajuste em 27,3% para 2016 e a rejeição à proposta do Ministério do Planejamento para todo o conjunto dos servidores federais, de 21,3%, a ser pago em quatro anos – a greve no IFBA tem como principais itens rejeições a medidas adotadas pelo reitor Renato Anunciação e apontadas como de “caráter autoritário”. Segundo o coordenador do Sinasefe no estado, as cinco principais demandas do movimento são: contra a implantação do ponto eletrônico para docentes e técnicos administrativos; a imposição da jornada de trabalho para 40 horas semanais para os técnicos que, há anos, têm jornada definida em 30 horas; democratização do Colégio Dirigente, “cujas reuniões vêm sendo realizadas sem comunicação prévia da pauta e sem ata, portanto, sem transparência para a comunidade”; retorno do IntraIfba, “rede interna que permitia ampla discussão das demandas da instituição entre docentes, técnicos e estudantes”; implementação da Resolução 46, aprovada pelo Conselho Superior, após ampla discussão interna e que organiza dos docentes e que foi suspensa pela Reitoria.
De acordo com Georges, o reitor teria suspendido também as reuniões do Conselho Superior da Instituição e se nega a debater as questões internas da instituição. Ele revelou terem solicitado ao reitor da UFBA-Universidade Federal da Bahia, João Carlos Salles, que atuasse como interlocutor junto ao reitor do IFBA que “não admite revogar suas resoluções e inclusive suspendeu a mesa de negociação já na terceira rodada”, enfatizou. Momentos antes de embarcar para Brasília, onde participa da 132ª plenária nacional do Sinasefe, em Brasília, neste final de semana, o coordenador geral do sindicato na Bahia, adiantou que no encontro será discutida a adesão à greve nacional dos servidores federais programada para o próximo dia 13.
Na segunda e terça-feiras (dias 6 e 7) estão previstos, ainda, eventos como o Fórum das Entidades de Educação do Serviço Público e a Caravana da Educação, também na capital do país, em luta “por melhores condições de trabalho e qualidade no ensino”. (Tribuna da Bahia)
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