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terça-feira, 31 de março de 2020

Quarentena faz preço de alimentos básicos subirem em março, diz FGV

Instituto da FGV explica que as compras devem ser feitas semanalmente
Os alimentos nos mercados sofreram alta após a determinação do isolamento social no país contra a disseminação do coronavírus. É o que aponta o Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Fundação Getúlio Vargas) ao afirmar que os itens da cesta báscia sofreram com a lei da oferta e da demanda.
Os itens da cesta básica do brasileiro subiram, saltando de uma alta de 0,19% no dia 2 de março, contra 3 de fevereiro, para alta de 1,64% em 26 de março, ante a variação de 27 de fevereiro, informou nesta terça-feira (31), a FGV.
"Com as famílias mais tempo em casa, houve aumento da busca por alimentos nos mercados", explica a FGV em nota. 
Itens básicos que estavam com preço em queda na primeira aferição de março, passaram a subir no levantamento mais recente.
De acordo com o economista André Braz, coordenador do Índice de Preço ao Consumidor (IPC) do Ibre-FGV, além do aumento da demanda por alimentos, a estocagem também afetou os preços.
"Dois pontos principais explicam o avanço dos preços. Além do aumento da demanda por alimentos, pois todas as refeições estão sendo feitas em residência, houve aumento da estocagem de alimentos por receio de que o vírus se propague mais e expanda o período de confinamento social", explicou.
O feijão carioca passou de uma queda de 2,16% para alta 0,58% na comparação, e o feijão preto, que havia caído 2,61% no início do mês, agora registra alta de 2,24%. O arroz, já em alta na mediação anterior, de 1,17%, subiu para 1,74%, e os ovos tiveram o preço elevado de alta de 5,04% para 9,04%.
A carne bovina registrava em 2 de março queda de 2,31% e, após o início da quarentena, está custando 0,25% a mais. Já o frango inteiro teve redução de preço, de queda de 1,47% para uma queda de 2,20% na mesma comparação.
De acordo com Braz, os serviços 'delivery' em operação servem como alternativa para as famílias, mas o nível de preços da alimentação preparada fora de casa é maior do que o da refeição preparada em residência. "Como o orçamento de várias famílias foi afetado pela paralisação do comércio e dos serviços, muitas delas não dispõem de renda para arcar com os custos da alimentação fora de casa", avaliou.
Ele lembrou ainda que a alta obedece o princípio da oferta e demanda, e que muitas famílias com mais recursos acabam comprando antecipadamente os produtos que passam a faltar para as famílias de mais baixa renda.
R7

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